Fotos: Walla Santos
Apesar da vigilância dos cidadãos em relação à execução de obras e controle dos recursos públicos, muito ainda deixa de ser feito pelos administradores, que é o que não dá ibope. Na maior parte das vezes, as obras que ficam ‘escondidas’ são mais negligenciadas, seguindo a velha máxima de ‘quem não é visto, não é lembrado’. A questão, porém, é que as obras que ficam escondidas, como a tubulação, tratamento de esgoto e manutenção e modernização de equipamentos e da máquina pública são de vital importância para o funcionamento das cidades.
O vereador Renato Martins (PSB) acredita que o que não dá ibope, mas se faz extremamente necessário é a modernização e administração da máquina pública. Para Renato, “tudo o que for medida para modernizar a máquina pública” não recebe a atenção que deveria. O vereador cita a Zona Azul como exemplo, lembrando que o sistema é operado ainda manualmente.
Em 2015, o valor arrecadado foi menor do que o do ano de 2010, apesar de o valor cobrado e o número de vagas ter aumentado. “Como se aumenta o número de carros e de vagas, além do valor cobrado e a arrecadação diminui 50 mil reais?”, questiona Renato Martins. Para ele, esse é um ponto fundamental que “não dá ibope e ao mesmo tempo facilita a corrupção e ainda acha que a população não vê”.
Enquanto obras em lugares estratégicos e turísticos recebem muita atenção e uma grande quantidade de recursos, outros lugares da cidade são completamente esquecidos e negligenciados. Pontos turísticos de João Pessoa em bairros tradicionalmente mais caros são pavimentados enquanto ruas em bairros mais carentes permanecem em meio a estradas de barro, submetidos à lama quando a chuva chega.
Além da falta de pavimentação, outro ponto que recebe pouca atenção são as obras que só são vistas quando acontece algum problema, como por exemplo, o túnel de escoamento da Lagoa do Parque Solon de Lucena. Apesar do túnel de escoamento ter sido construído há pouco tempo e ter demorado muito para ser concluído, o asfalto da Rua Padre Azevedo, no Centro, já estourou três vezes.
O objetivo do túnel era acabar com os alagamentos na região do Centro durante o período chuvoso. O túnel, que tem 684 metros, começa na Avenida Padre Meira e se estende até a Avenida Guedes Pereira, em frente ao Paço Municipal, onde se integra à rede de canais que escoam as águas pluviais até o Rio Sanhauá. Ele faz parte do projeto de revitalização da Lagoa do Parque Solon de Lucena, que foi orçado em mais de R$ 30 milhões.
O vereador de João Pessoa, Raoni Mendes (DEM) também lembra outros detalhes que são negligenciados pela administração por não dar ibope como iluminação pública e limpeza de ruas. Raoni aponta que “nós pagamos a taxa de lixo e nela está inclusa a capinagem e varrição das calçadas. Quando você dá um passeio pelos bairros, você vê que isso incomoda a população e tem sido negligenciado”.
A lentidão na troca de iluminação pública também é apontada pelo parlamentar como um problema evidente, além do “problema de fardamento que é algo para ser trocado sempre no início do ano e não tem sido feito. Isso tem sido negligenciado talvez porque não dê ibope suficiente”.
Outro ponto que permanece estático por falta de visibilidade e sem ibope o suficiente é o projeto de urbanização e habitação do Bairro São José, em João Pessoa. O bairro, que sempre foi descuidado e desprovido da atenção das autoridades permanece sem avanços visíveis. A equipe de reportagem do ClickPB entrou em contato com a Secretaria de Planejamento e Habitação, mas não conseguiu respostas esclarecedoras quanto ao andamento do projeto.
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