Cultura

IPHAEP decide recuperar “Casa Cassiano Ribeiro Coutinho”

O projeto de Borsoi - A arquiteta Vera Pires explicou que o bem será recuperado dentro dos parâmetros descritos pelo arquiteto Gil Borsoi, que morreu em outubro

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, como um significativo exemplar da arquitetura modernista em João Pessoa, a “Casa Cassiano Ribeiro Coutinho” será recuperada em 2010. O acordo foi firmado durante uma reunião, na sede do patrimônio estadual, entre o diretor do IPHAEP, Damião Ramos Cavalcanti, o proprietário Aldenor Mendes e os familiares e representantes de Acácio Gil Borsoi, já falecido e autor do projeto do imóvel: os arquitetos Vera Pires e Roberto Ghione, da VPRG Arquitetos; e o diretor da Alliance, Raul Henrique Lins. 

“Este é um momento importante, em que o poder público e a iniciativa privada se juntam para salvaguardar um bem de valor altamente significativo para a história da arquitetura modernista: não apenas da Paraíba, mas também do Brasil”, ressaltou Damião Cavalcanti. “Estamos muito felizes com o encaminhamento do projeto”, disse o proprietário Aldenor Mendes. “Nossa idéia é construir um empreendimento comercial, mas também vamos preservar a estrutura original e reconstruir áreas internas, que já sido modificadas, além do jardim projetado por Burle Max”. 

O projeto de Borsoi – A arquiteta Vera Pires explicou que o bem será recuperado dentro dos parâmetros descritos pelo arquiteto Gil Borsoi, que morreu em outubro deste ano. Um pouco antes, ele visitou a casa, a convite do IAB/PB, e concedeu entrevista exclusiva à repórter Nana Garcez, da revista “Edificar”, onde se mostrou maravilhado com o tombamento e as possibilidades de recuperação, para que o imóvel voltasse ao esplendor da época da construção. 

Alguns dias depois, em Recife, Borsoi escreveu uma “carta testamento”, onde especificava todos os detalhes da intervenção, no sentido de restaurar a edificação da Epitácio Pessoa. “O projeto para valorização e efetiva incorporação da casa de Cassiano Ribeiro Coutinho ao acervo cultural de João Pessoa deve contemplar uma série de considerações que compreendem aspectos culturais, arquitetônicos, urbanísticos, comerciais e imobiliários”, dizia o arquiteto. 

A partir dessas argumentações, propunha um programa destinado a uma efetiva valorização do imóvel e seu entorno, com uma superfície útil de aproximadamente 15.000 metros quadrados. Segundo ele, cinco usos devem ser efetivados no projeto: os comerciais na própria casa e em construções novas, em torno do jardim que será reconstruído e aberto para a Avenida Epitácio Pessoa; o empresarial, o estacionamento, o recreativo e o residencial. “Uso residencial integrado com o empresarial, no conceito de “home office”, ressaltava o autor. “Esta proposta é novidade no mercado imobiliário de João Pessoa e procura racionalizar produtividade e tempo”. 

Bem modernista – A “Casa Cassiano Ribeiro Coutinho” foi concebida na década de 1950, época de surgimento e efervescência do movimento modernista na arquitetura brasileira. O imóvel foi edificado no momento de expansão de João Pessoa, quando as famílias mais ricas, que moravam na parte central da cidade, deslocaram-se em direção à praia. O projeto é do arquiteto Acácio Gil Borsoi e os jardins foram projetados por Roberto Burle Marx.

Em 10 de agosto de 2009, o Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais do IPHAEP aprovou, por unanimidade, o pedido de tombamento do imóvel. O parecer foi escrito pelo conselheiro Raglan Gondim, coordenador de Arquitetura e Ecologia do Instituto, onde ele detalhava todos os elementos do processo: desde o pedido de tombamento, encaminhado ao patrimônio estadual através de um documento assinado por André Cabral Honor e outros 100 signatários, até os trâmites de apreciação e visita ao imóvel, para comprovar, in loco, os resquícios modernistas da edificação. 

Na Ficha de Inventário, a “Casa Cassiano Ribeiro Coutinho” foi classificada como um bem de “conservação parcial”. Segundo Raglan Gondim, “isto garante a sua perfeita adaptação às mais diversas funções contemporâneas, além de permitir que, ao longo das intervenções futuras, os danos sejam plenamente revertidos, conforme projetos previamente aprovados no IPHAEP”.

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