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Paraibano Hugo Motta se reúne com Lula e ministros em meio a tensões na negociação do pacote fiscal

Na segunda, Hugo Motta afirmou que o Congresso não tinha firmado "compromisso" de aprovar o novo pacote.

Hugo Motta (a esquerda) e Lula (a direita). (foto reprodução/video/Ricardo Stuckert)

Hugo Motta (a esquerda) e Lula (a direita). (foto reprodução/video/Ricardo Stuckert)

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu na manhã deste sábado (14) por mais de duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Participaram da reunião na residência oficial os ministros Rui Costa (Casa Civil), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do deputado Arthur Lira (PP-AL).

A reunião, em pleno sábado, foi chamada após uma semana de duras reações ao pacote fiscal anunciado pela área econômica do governo para cumprir as metas de 2025 e 2026.

Na noite de quarta-feira, o governo publicou uma medida provisória e um decreto presidencial que, entre outras medidas:

  • aumentam a tributação sobre as bets;
  • aumentam a tributação sobre fintechs (empresas de tecnologia que prestam serviços financeiros, como bancos digitais);
  • aumentam a tributação sobre títulos públicos incentivados, como LCIs e LCAs;
  • aumentam a tributação dos juros sobre o capital próprio – uma fórmula usada pelas empresas para distribuir lucros, similar aos dividendos;
  • mudanças na cobrança do Imposto de Renda sobre investimentos.

Do otimismo à crise política

Parte dessas medidas já tinha sido apresentada a líderes partidários no último domingo (8), em uma reunião na residência oficial de Hugo Motta.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu otimista do encontro. Hugo Motta classificou a reuniãocomo “histórica” e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre enfatizou a importância da abertura do diálogo.

O clima de otimismo, no entanto, não durou nem 24 horas.

Na segunda, Hugo Motta afirmou que o Congresso não tinha firmado “compromisso” de aprovar o novo pacote.

Ao longo da semana, frente à reação negativa do mercado e da opinião pública sobre a alta de impostos – e em meio a cobranças para que o Executivo acelere a liberação de emendas parlamentares –, o Centrão passou a dizer que “nunca concordou” com o pacote.

Na quinta, contra todos esses sinais, Haddad disse acreditar que haveria “amplo apoio” ao pacote conforme as medidas fossem sendo explicadas à população. E cobrou, indiretamente, a mudança no discurso do Legislativo.

“É até desleal da parte de alguns, de algumas lideranças, atacar o governo. Metade da construção civil nesse país é Minha Casa, Minha Vida, que tinha acabado no governo anterior. Vamos deixar ideologia à parte, vamos deixar, e vamos para a mesa explicar para as pessoas, abrir os números”, disse na quinta.

“Não tem nenhuma medida aí que, do ponto de vista econômico, não seja justa. Que não esteja corrigindo uma distorção. Agora, eu estou sempre disposto ao debate. O que eu não gosto é: a pessoa xinga e sai correndo? Aqui, não dá. Esse negócio de xingar e sair correndo é coisa de moleque de rua. Eu estou discutindo com o Congresso Nacional, estou 100% disponível”, emendou.

Na sexta, Motta informou que a Câmara deve votar, na próxima semana, a urgência de um projeto para derrubar as regras recém-anunciadas para a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – o que, na prática, pode devolver o imposto aos patamares do começo do ano, dificultando ainda mais o cumprimento da meta fiscal.

Por g1 política

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