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Clickjus: mensagens privadas entre autoridades sobre a Lava-Jato são divulgadas

Outra denúncia noticiada se refere às incertezas acerca das provas que instruíram a denúncia do Ministério Público em face do ex-presidente Lula.

Clickjus: mensagens privadas entre autoridades sobre a Lava-Jato são divulgadas

O segundo domingo do mês de junho encerrou-se com uma notícia que, antes de tudo, precisa ser investigada, afastando-se de análises apressadas e baseadas em ideologias que não favorecem o aprimoramento das instituições, considerando sempre o conjunto normativo que assegura a todos os cidadãos ampla defesa, contraditório, privacidade e outros direitos fundamentais, inerentes a um regime político democrático.

Blog de notícias, organizado pelo jornalista responsável pela divulgação das informações relacionadas ao caso de Edward Snowden e a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, publicou quatro extensas reportagens a partir de arquivos que incluem “mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos, documentos judiciais e outros itens” sobre as “ações de Moro, do procurador Deltan Dallagnol e da força-tarefa da Lava Jato”, justificando que o material foi recebido por meio de uma fonte anônima “bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro”, ressaltando ainda que decidiu-se “manter reservada qualquer comunicação ou informação relacionada a Moro, Dallagnol e outros indivíduos que seja de natureza puramente privada e, portanto, desprovida de real interesse público”.

Entre as denúncias trazidas pelas reportagens, os jornalistas sustentam que “os procuradores da Lava Jato” tentaram “impedir que o Partido dos Trabalhadores, o PT, ganhasse a eleição presidencial de 2018, bloqueando ou enfraquecendo uma entrevista pré-eleitoral com Lula” através de “mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram”, nos quais “discutiram formas de inviabilizar uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski”.

Outra denúncia noticiada se refere às incertezas acerca das provas que instruíram a denúncia do Ministério Público em face do ex-presidente Lula. O blog declara que os procuradores “não tinham certeza nem mesmo poucas horas antes de apresentarem a denúncia”, mencionando uma reportagem publicada por um veículo de imprensa anos antes que seria descrita na sentença como “bastante relevante do ponto de vista probatório”, além de indicar outras mensagens privadas que, em tese, comentavam “a peça de acusação, analisando a qualidade das provas”.

Por fim, a quarta parte da reportagem se encerra com comentários acerca de mensagens de texto que teriam sido trocadas pelo Ministro Sergio Moro e o Procurador Deltan Dallagnol, sintetizando-as em “sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas”.

O Ministério Público, por sua vez, divulgou também na data de ontem (09/06/19) nota pública confirmando que as mensagens privadas são resultado de um ataque cibernético, não conhecendo a extensão do mesmo, ou a quantidade de arquivos que foram copiados, declarando que “foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho”.

Wilson Sales Belchior – Graduado em direito pela UNIFOR, especialista em Processo Civil pela UECE, MBA em Gestão Empresarial e mestrando em Direito e Gestão de Conflitos na UNIFOR. Também possui curso de curta duração em resolução de conflitos na Columbia Law School, nos Estados Unidos. Na mesma instituição participou de série de pesquisa avançada. Palestrante, professor universitário em cursos de pós-graduação em diferentes estados e autor de diversos artigos e livros, publicados em revistas, jornais, portais de notícias e editoras de circulação nacional. Conselheiro Federal da OAB (2013-2015). Vice-presidente da Comissão Nacional de Advocacia Corporativa do Conselho Federal da OAB (2013-2015). Membro da Comissão Nacional de Sociedade de Advogados do Conselho Federal da OAB (2010-2012). Membro da Coordenação de Inteligência Artificial do CFOAB (2018). Atualmente é Conselheiro Federal eleito para o triênio 2019-2021.

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