O pré-candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta terça-feira (20) que manterá o silêncio sobre a morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro, executada a tiros na última quarta-feira (14).
“Vou continuar silente”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao Broadcast Político no plenário da Câmara. “No ano passado teve enterro de uns 20 PMs, nenhum dos presidenciáveis foi e só eu estou apanhando agora por não falar sobre a morte dela”, acrescentou o parlamentar.
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Bolsonaro quis falar sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio, e criticou a falta de repasses do governo federal:
“Não queria estar na pele do general”, disse ele, referindo-se ao interventor federal, general Braga Netto. “O general disse que precisa de R$ 3,1 bilhões para a intervenção e o presidente Temer só vai liberar R$ 1 bilhão, não é isso? Essa intervenção do Temer é política!”
O deputado disse que, se fosse o presidente, “é lógico que faria a intervenção de forma diferente”.
“O cara (sic) decidiu no meio do carnaval, nenhum chefe militara foi consultado. Tem de fazer um planejamento pelo menos 30 dias antes e anunciar na frente. Planejamento reservado e sem estardalhaço e não no meio do carnaval, por falta de matéria na mídia, sendo anunciado desta forma. Agora, não sabemos o que pode acontecer”, disse ele.
Para Bolsonaro, a intervenção era justificável pelo nível de violência no Rio e em outros estados.
“Mas a violência não se combate com medidas paliativas, sem dar poder de polícia ao Exército, entre outras coisas”, completou.
Ele disse que jamais poria as Forças Armadas no combate à criminalidade sem dar aos militares o que chama de “retaguarda jurídica”, ou seja, uma proteção para militares que matarem civis.
“Do jeito que está, um soldado de 21 anos vai acabar no banco dos réus sendo condenado a 20 anos de prisão por ter trocado tiros com marginais de madrugada. O policial e o militar tem de ter liberdade para trabalhar. Em guerra, os dois lados atiram. Você está em guerra, mas na hora de dar poder ao lado de cá não pode!”, concluiu.
Bolsonaro disse também que, com essa “retaguarda jurídica”, a PM também dará conta de resolver o problema da criminalidade no Rio.
Reclamação
Nesta terça-feira, deputados federais do PT entraram no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com reclamação disciplinar contra a desembargadora Marília Castro Neves, do TJRJ, acusando-a de espalhar na internet mentiras sobre Marielle.
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Na reclamação, argumentaram que “não há como dissociar a conduta” como cidadã da de magistrada. “Há deveres de comportamento mais relacionados ao exercício da jurisdição e outros à própria conduta enquanto cidadã. Um é complemento do outro e os Códigos de conduta punem ambos”.
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