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‘China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil’, diz Bolsonaro com Xi

​Durante encontro, governos assinaram oito acordos e memorandos nas áreas de política, economia, agricultura, transporte, saúde e cultura

‘China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil’, diz Bolsonaro com Xi

Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa ao lado do presidente da China, Xi Jinping, em Brasília - 13/11/2019 () — Foto:Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quarta-feira, 13, o presidente da China, Xi Jinping, em Brasília e afirmou que o país asiático “cada vez mais faz parte do futuro do Brasil”. Em um encontro de cerca de 40 minutos, os líderes discutiram formas de ampliar e diversificar o comércio entre as nações.

“O nosso governo vai, cada vez mais, tratar com o devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês”, disse Bolsonaro, após a reunião. “Essa relação bilateral em várias áreas, inclusive com aceno de agregarmos valor ao que produzimos, é muito bem-vinda”, afirmou o presidente, ao lado de Xi.

Xi Jinping avaliou como positivos os esforços do governo brasileiro para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e disse que a China quer fortalecer a amizade e cooperação, bem como aumentar e melhorar o comércio e os investimentos no país.

Segundo o líder chinês, uma aproximação maior do país asiático com os membros do Brics com toda a América Latina, com o Brasil como plataforma será “benéfica para todos”, sempre com o objetivo de uma cooperação com “os parceiros ao redor do mundo”.

“Uma cooperação baseada no respeito mútuo”, completou o presidente chinês.

Xi destacou a relação que classificou como “extraordinária” da China com o Brasil, que apontou como os principais mercados emergentes no mundo atualmente.

A China é o principal destino das exportações brasileiras, mas o comércio até hoje é basicamente concentrado em commodities, especialmente soja e minério de ferro. O governo brasileiro tenta há bastante tempo ampliar a pauta para incluir mais manufaturados e aumentar o valor agregado das exportações.

O encontro com o presidente chinês acontece à margem da Cúpula dos Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– e é a primeira das quatro bilaterais que Bolsonaro terá com os países do bloco.

Acordos

Durante o encontro, Brasil e China assinaram oito acordos e memorandos de entendimento nas áreas de política, economia, comércio, agricultura, inspeção sanitária, transporte, saúde e cultura.

Entre os atos assinados estão protocolos sanitários para exportação de pera da China ao Brasil e de melão do Brasil para a China. Também foi firmado um plano de ação na área de agricultura, de 2019 a 2023, nas áreas de políticas agrícolas; inovação científica e tecnológica; investimento agrícola; comércio agrícola; entre outras.

No setor de transporte, foi assinado memorando de entendimento para o compartilhamento de boas práticas, políticas públicas e estratégias para o seu desenvolvimento. Prioritário para o Brasil, o governo entende que pode se beneficiar da experiência dos chineses, considerando que a China é uma das líderes mundiais no setor.

Saúde

O Ministério da Saúde e a Administração Nacional de Medicina Tradicional Chinesa também pretendem estabelecer cooperação ampla no campo de saúde, com foco em medicina tradicional, complementar e integrada. As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão. Em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas.

Ambiente favorável

Brasil e China querem ainda criar um ambiente favorável para o comércio e investimento no setor de serviços e encorajar o investimento do setor privado. Outro ato assinado hoje estabelece uma plataforma de intercâmbio de informações e cooperação para fomentar investimentos. A China é uma das principais origens de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) no Brasil, que se concentraram nas áreas de energia (geração e transmissão elétrica, além de óleo e gás) e infraestrutura (portuária e ferroviária).

Também foi assinado um tratado que permitirá a transferência de pessoas condenadas para o território do outro país. Nesse caso, cumpridos certos requisitos, brasileiros condenados na China poderão cumprir a pena no Brasil e vice-versa.

Na área cultural, o Ministério da Cidadania e o China Media Group (CMG) querem promover o intercâmbio de filmes e programas televisivos, bem como festivais de cinema brasileiro na China e festivais de cinema chinês no Brasil, para divulgação recíproca de filmes. De acordo com o governo brasileiro, pretende-se, ainda, iniciar conversas sobre a possibilidade de se estabelecer um canal de televisão por assinatura dedicado exclusivamente a programas e filmes sino-brasileiros.

O encontro entre os dois chefes de Estado ocorre menos de um mês depois de o presidente Jair Bolsonaro visitar a China. Na ocasião, também foram assinados atos em política, ciência e tecnologia e educação, economia e comércio, energia e agricultura.

Brics

A 11ª reunião de cúpula do Brics começa nesta tarde com o encerramento do Fórum Empresarial. Antes, Bolsonaro também se encontra, no Palácio do Planalto, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

À noite, de volta a Itamaraty, o governo brasileiro oferecerá um jantar em homenagem aos líderes do bloco e amanhã, também na sede do Ministério das Relações Exteriores, serão feitos as sessões plenárias e o almoço de encerramento da cúpula.

Na quinta Bolsonaro também tem encontros bilaterais marcados com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Presidida pelo Brasil, a reunião do Brics tem como lema “Crescimento Econômico para um Futuro Inovador”. Segundo o Itamaraty, serão discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde e combate à corrupção e ao terrorismo.

Esta é a segunda vez que Brasília sedia a conferência – a primeira vez foi em 2010. Em 2014, o Brasil também organizou a cúpula, que aconteceu em Fortaleza, no Ceará. Juntos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (cujas iniciais, em inglês, deram nome ao grupo) reúnem uma população de cerca de 3,1 bilhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente 41% da população mundial, e responde por 18% do comércio mundial.

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