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Cobra Naja é encontrada próxima a shopping após picar estudante de veterinária no Distrito Federal

Um estudante de medicina veterinária, morador do Distrito Federal, foi picado por uma cobra da espécie Naja, considerada uma das mais venenosas do mundo. O caso ocorreu nesta terça-feira (7) e o rapaz foi internado em estado grave em um hospital particular no Gama. Na noite desta quarta-feira (8), a cobra foi encontrada próxima a um shopping, no Lago Sul, a 14 km da residência onde picou o estudante.

De acordo com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), o animal foi encontrado no Setor de Clubes Esportivos Sul. Segundo o comandante do BPMA, major Elias Costa, a cobra estava em um local escuro, atrás de um monte de areia. “O animal estava aparentemente bem. Nós não encontramos ele agressivo, demonstrava até parecer tranquilo.”

Criada em casa sem autorização

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Ibama suspeitam que a Naja estivesse sendo criada, em casa, pelo estudante de veterinária. De acordo com a ocorrência registrada na Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema), um auditor fiscal do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) procurou a delegacia, nesta quarta, informando que não há registro de importação da serpente. “Não foi encontrado registro do animal em nome do estudante, nos sistemas daquele órgão”, diz a ocorrência.

Durante a tarde, o Ibama esteve no endereço do estudante, no Guará. O órgão informou vai emitir uma multa, contra o criador ou o proprietário da casa onde o animal era mantido. O valor varia de R$ 500 a R$ 5 mil.

“A legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim”, explica o instituto.

O órgão disse ainda que fará uma consulta às instituições habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zoológicos e institutos de pesquisa.

Na delegacia do Meio Ambiente, um auditor do Instituto Brasília Ambiental disse que o estudante de veterinária mantinha uma página em uma rede social, com fotos e vídeos de algumas espécies de cobras. Mas, segundo o servidor público, “depois do ocorrido a página foi estranhamente apagada”.

A espécie Naja não existe na fauna brasileira, é natural da África e Ásia. Por conta disso, o hospital precisou encomendar o soro para tratamento da ferida do estudante. O pedido foi feito ao Instituto Butantan, em São Paulo. O medicamento foi enviado da capital paulista para Brasília na noite de terça-feira (7) e já está sendo administrado à vítima.

Riscos

A infectologista Joana D’arc Gonçalves explica que a Naja “é um gênero que pode produzir acidentes graves”.

“[A espécie libera] uma neurotoxina que vai atuar no sistema nervoso central, que pode levar à paralisia respiratória”, disse.

Ainda de acordo com a especialista, o fato da espécie não ser brasileira faz com que seja “muito complexo fazer o diagnóstico e o tratamento adequado”.