Amazônia

Homens armados intimidam equipe da base de proteção da Funai no Vale do Javari, diz Univaja

A base está localizada em uma região próxima ao local onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados, em junho.

Homens armados intimidam equipe da base de proteção da Funai no Vale do Javari, diz Univaja

Balsa de garimpo no flagrada pela Frente de Proteção Etnoambiental/Funai no Vale do Javari, em março. — Foto:Divulgação/Univaja.

Dois homens armados intimidaram a equipe da Base de Proteção Etnoambiental (Bape) da Fundação Nacional do Índio (Funai), no Vale do Javari, no Amazonas, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) . O caso ocorreu no sábado (15), mas a informação só foi divulgada pela entidade nesta terça-feira (19).

A base está localizada no no rio Jandiatuba, em uma região próxima ao local onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados, em junho. O g1 tenta contato com a Funai, Polícia Federal (PF) e Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM).

Segundo a Univaja, era por volta das 17h, quando os homens armados chegaram ao local e perguntaram quantos funcionários, dentre eles indígenas do povo Matis, estavam trabalhando naquela base.

Conforme os relatos da equipe, o objetivo explícito era intimidar e assediar os servidores que atuam na região.

A Terra Indígena Vale do Javari abriga a maior quantidade de informações e referências confirmadas de indígenas isolados.

Base de proteção no Vale do Javari — Foto: Divulgação/União dos Povos Indígenas do Vale do Javari

Mesmo após a forte comoção e repercussão em torno do duplo assassinato ocorrido em junho, indígenas e servidores da Funai afirmam que continuam sendo alvos constantes de ameaças.

No início do mês, o atendimento ao público foi suspenso na sede da Funai, em Atalaia do Norte, município que concentra parte do território do Vale do Javari. A medida foi adotada depois que dois homens de nacionalidade colombiana foram à unidade para procurar por um funcionário, em tom intimidador. Na ocasião, servidores afirmaram ao g1 que adotaram a medida por causa do “clima de tensão” e “insegurança”.

Rio Jandiatuba

Entre fevereiro e março, uma equipe da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE/Funai) Vale do Javari realizou monitoramento da área do rio Jandiatuba, e registrou a presença de 19 balsas de garimpo em atividade.

Os agentes identificaram movimentação logística saindo do município de São Paulo de Olivença (AM), além de pontos de retirada de madeira para a construção das balsas próximos da localidade habitada por indígenas isolados. Na ocasião, a equipe também constatou que pessoas que operam as balsas de garimpo no rio Jandiatuba portavam armas de fogo.

Univaja reivindica medidas das autoridades

Diante dos sucessivos casos de ameaças a integrantes da Funai e indígenas, a Univaja voltou a reforçar pedidos de medidas de segurança ao governo brasileiro. No documento, divulgado nesta terça-feira (19), a entidade sugeriu:

Ao governo federal:

  • a criação de um Plano Emergencial de Proteção para o Vale do Javari;
  • a atuação conjunta da Polícia Federal, do Exército e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) por, no mínimo, seis meses com a Funai nas Bape’s localizadas nos rios Ituí, Curuçá, Quixito e Jandiatuba.

Ao governo estadual:

  • a atuação do Batalhão de Polícia Militar Ambiental por, no mínimo, seis meses no trecho do rio Itaquaí entre a cidade de Atalaia do Norte (AM) e a Terra Indígena Vale do Javari – para combater os crimes ambientais.

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