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‘Não é possível interferir no preço dos combustíveis’, diz ministro de Minas e Energia

Adolfo Sachida cita lucros da Petrobras enquanto governo tenta trocar comando da estatal para conter alta na gasolina e no diesel.

'Não é possível interferir no preço dos combustíveis', diz ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em audiência pública na Câmara dos Deputados — Foto:Câmara dos Deputados

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira que não é possível interferir no preço dos combustíveis, em meio a uma frente aberta pelo governo Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional contra a Petrobras por conta do aumento da gasolina e do diesel. O governo tenta reduzir o preço dos produtos, inclusive trocando o comando da empresa para evitar reajustes.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Sachsida disse que os preços são uma decisão da empresa, mesmo o governo tentando tentado segurar os reajustes feitos pela Petrobras.

— Eu entendo que muitos dos senhores são cobrados pela população, porque é difícil para a população entender porque o governo não interfere no preço dos combustíveis. E aqui eu preciso ser claro: não é possível interferir no preço dos combustíveis — disse Sachsida, se dirigindo aos deputados.

Ele afirmou que os preços não estão no controle do governo.

— Não está no controle do governo. E, honestamente, preço é uma decisão da empresa, não do governo. Além disso, nós temos marcos legais que impedem a intervenção do governo numa empresa, mesmo o governo sendo acionista majoritário — disse.

Alvo de pressão do presidente da República e do Congresso, José Mauro Ferreira Coelho renunciou ao comando da Petrobras após 67 dias no cargo na segunda-feira.

O reajuste de 14,26% no diesel e de 5,18% na gasolina na refinaria, anunciado na última sexta-feira, fez com que as declarações contra o executivo escalassem, com um telefonema do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ao executivo, ameaças de criação de uma CPI da Petrobras, de investigação sobre gastos e patrimônio da diretoria e de seus parentes e acusações de que era uma liderança “ilegítima”.

Faltando menos de quatro meses para as eleições, a saída de Coelho abre caminho para uma corrida contra o tempo no governo para emplacar o sucessor. E, a partir, daí promover mudanças no Conselho de Administração e na diretoria da empresa. O aumento dos preços dos combustíveis se tornou a principal dor de cabeça da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro.

A renúncia de Coelho — que já tinha sido demitido em maio, mas aguardava a aprovação do nome indicado pelo governo — permite uma espécie de “via expressa” para a troca no comando, sem a necessidade de convocar uma assembleia de acionistas, o que poderia significar mais de um mês com a empresa sem um titular.

Hoje, o Comitê de Elegibilidade da Petrobras recebe a documentação para analisar o nome do indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Ele é considerado homem de confiança de Paulo Guedes e tem bom relacionamento com o ministro de Minas e Energia.

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