Desde o final de 2005, com o lançamento do Vectra, o segmento de sedãs médios ganhou os holofotes da indústria automobilística nacional. O modelo da Chevrolet reinou tranqüilamente na categoria, mesmo com a chegada do Renault Mégane e do mexicano Fusion. Mas em maio, a Honda lançou o Civic, que começou a mudar o cenário do segmento. Agora, Chevrolet Vectra, Renault Mégane e Honda Civic se enfrentam neste comparativo, com medições feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
Os três são produzidos no Brasil, mas têm conceitos diferentes: o Vectra é um projeto desenvolvido por brasileiros, enquanto o Mégane, apesar de buscar base na Europa, ganhou adaptações para o mercado nacional. O Civic, por sua vez, é um carro global; a versão comercializada aqui é a mesma dos Estados Unidos, por exemplo. O Chevrolet entrou na disputa em sua versão Elegance, o Mégane com a topo de linha Dynamique, e o Honda com a também topo EXS. Todos estavam equipados com câmbio automático.
Os estilos dos sedãs são bem distintos. O do Vectra traz linhas mais conservadoras e o do Mégane é jovial, mas discreto. O Civic conta com traços modernos e chamativos. No desempenho, quem sai na frente é o Honda, registrando números melhores no teste de aceleração. O modelo, ao lado do Mégane, volta a mostrar superioridade no quesito consumo. Mas, quando o assunto é dimensões, as do Vectra ficam na frente, e o porta-malas do Civic deixa a desejar. O Chevrolet também traz como vantagem a flexibilidade do motor bicombustível, ausente na oferta dos concorrentes.
ESTILO
Os estilos dos três modelos seguem vertentes diferentes. O do Vectra foi concebido pelo time de estilistas da General Motors do Brasil, e conta com linhas mais conservadoras que a dos rivais. Os destaques ficam por conta da grade do capô longo e das portas traseiras largas. No Mégane, lançado no início deste ano, as linhas externas são semelhantes as do modelo vendido na Europa. O resultado é um carro discreto, mas com linhas joviais, que foge da diretriz tradicional dos sedãs.
Pouco antes do lançamento do Mégane nacional, a Renault européia efetuou leve facelift no modelo do Velho Continente. Entretanto, isto não deixou nossa versão desatualizada, pois o resultado final é bem parecido. Já o Civic tem linhas iguais ao do carro vendido no resto do mundo. É um visual mais arrojado, com traços fortes, que agrada aos que gostam de um veículo que chame atenção nas ruas. No acabamento, o Honda também fica na frente; seus materiais têm melhor qualidade que o dos outros concorrentes. Um dos destaques é o painel digital na cor azul.
O do Vectra Elegance deixa a desejar; é bem inferior ao da versão topo da linha, a Elite. O rádio, por exemplo, foi incorporado das famílias Corsa e Astra. No Mégane, há capricho, mas falta um pouco do requinte desejado pelos consumidores de sedãs médios. Bancos de couro, por exemplo, não são oferecidos nem mesmo como opcional no modelo da Renault. Além disso, falta ar-condicionado digital, que vem de série no Chevrolet e no Civic EXS. Todavia, o porta-malas do sedã da marca francesa acomoda 520 litros de bagagem, apenas 6 litros a menos que o do Chevrolet. O carro da Honda fica atrás nesta avaliação, pois seu compartimento tem capacidade para 340 litros.
O Vectra traz maiores dimensões que o dos concorrentes: são 4,61 metros de comprimento, ante 4,49 m do Civic e 4,48 m do Renault. A distância entreeixos, no Chevrolet, é 2,7 metros, a mesma do Honda. O Mégane fica um pouco atrás, com 2,68 metros. Espaço interno, portanto, não é problema em nenhum dos sedãs. A ergonomia também se destaca nos três modelos avaliados: todos vêm com comando das funções do rádio – opcional apenas no Vectra – no volante. Os comandos dos vidros e retrovisores elétricos apresentam acesso fácil.
DESEMPENHO
O Civic registra o melhor desempenho entre os três modelos avaliados. Segundo o IMT, ele acelera de 0 a 100 km/h em 11,59 segundos, ante 12,65 segundos do Mégane e 12,96 segundos do Vectra (com álcool). O motor do sedã da Honda, 1.8 16V i-VTEC a gasolina, desenvolve 140 cavalos e 17,7 kgfm de torque, a 4.300 rpm. São números superiores aos de seus concorrentes; o 2.0 do Chevrolet entrega, com combustível vegetal, 127,6 cavalos. Seu torque, entretanto, é maior e alcançado em rotação mais baixa: 19,6 kgfm, a 2.400 rpm. Abastecido com 100% de gasolina, ele vai da imobilidade a 100 km/h em 13,94 segundos.
Já a motorização 2.0 do Mégane, que também utiliza exclusivamente gasolina, rende 138 cv e 19,2 kgfm a 3.750 rpm. Nas provas de retomada, o Civic volta a ficar na frente, acelerando de 40 a 80 km/h em 6,71 segundos, e de 60 a 100 em 8,15 segundos. Nas duas situações, o câmbio automático estava na posição “drive”. Mas o Honda também conta com função seqüencial, que promove trocas por meio de hastes atrás do volante, e facilita as ultrapassagens.
O Mégane, nas mesmas condições que o concorrente, precisa de 7,61 segundos para ir de 40 km/h a 80 km/h e de 8,32 segundos para chegar aos 100 km/h, partindo dos 60 km/h. O Renault também tem câmbio seqüencial, mas as mudanças são feitas na própria alavanca do console. A função é recomendada nas ultrapassagens pois, em acelerações bruscas, na posição “drive”, o recurso do Mégane demora a responder, efetuando trocas apenas quando a rotação ultrapassa os 6.000 rpm.
O Vectra, com álcool, leva 7,14 segundos para ir de 40 km/h a 80 km/h e 8,78 segundos de 60 km/h a 100 km/h. Na avaliação de consumo, Civic e Mégane registraram números semelhantes: o primeiro marcou 8,8 km/l na cidade e 16,5 km/l em ciclo rodoviário. Já o Renault registrou 9,2 km/k em ciclo urbano, mas 13,6 km/l em rodovias. Com álcool, o Vectra marcou respectivamente 5,6 km/l e 9,3 km/l. Abastecido com 100% de gasolina, os números são melhores para o bolso do consumidor: 7,7 km/l na cidade e 13,1 km/l em ciclo rodoviário.
Civic e Mégane vêm de série com sistema de freios ABS; no Vectra o item é opcional. Os carros tiveram desempenhos semelhantes no teste de frenagem: o melhor foi o Civic, que parou depois de 36 metros, partindo dos 80 km/h. Nas mesmas condições, o Mégane precisou de 37 m e o Vectra de 39,8 m para atingir a imobilidade. Os modelos também mostraram bom desempenho em curvas, mas nenhum deles vem com programa eletrônico de estabilidade (ESP).
MERCADO
Quando o assunto é preço, o Civic perde; o EXS é oferecida por R$ 77,6 mil, valor que inclui, além dos itens já citados, bancos, volante e alavancas com revestimento de couro, ajuste de altura de assentos e volante, rádio com CD player e disqueteira para seis discos, direção hidráulica, trio elétrico, computador de bordo, airbags para motorista e passageiros, rodas de liga-leve 16 polegadas, entre outros. A versão intermediária, LXS, está disponível a partir de R$ 64,2 mil, valor mais próximo dos concorrentes. Todavia, vem menos equipada, e seu câmbio automático não apresenta função seqüencial.
O Mégane Dynamique automático tem preço sugerido de R$ 69,9 mil, e pacote de itens de série semelhante ao do Civic EXS. Entretanto, faltam bancos de couro, ar-condicionado digital e disqueteira no rádio, que é opcional. O Vectra é o mais barato da categoria, oferecido a partir de R$ 67.638. Todavia, equipamentos como rádio, airbagas, freios ABS e bancos revestidos de couro, não são oferecidos. Com o pacote que inclui todos estes itens, o preço sobe para cerca R$ 75 mil.
No acumulado de 2006, o Vectra é o sedã médio mais vendido, com 16.980 unidades emplacadas. O Civic tem 12.024 emplacamentos, mas desde o lançamento de sua nova geração, em maio, está na frente no ranking mensal, com média de 3,5 mil modelos comercializados, ante 2,5 mil do Chevrolet. O Mégane ainda não alcançou a meta traçada pela Renault, que é de 1,2 mil unidades comercializadas por mês.
Na prática, registra média mensal de 500 emplacamentos. A versão 2.0, também lançada em maio, não conseguiu alavancar o desempenho do sedã no mercado. Desde o início de suas vendas, em maio, foram vendidas 1.620 unidades do Mégane. O Vectra, além do Elegance, conta ainda com a versão Elite, equipada com propulsor 2.4. No Civic há apenas motorização 1.8, mas outras duas opções de acabamento, LX e LXS. A Renault oferece o Mégane também motor 1.6 bicombustível.
Fonte: Uol
Chevrolet Vectra x Honda Civic x Renault Mégane
Desde o final de 2005, com o lançamento do Vectra, o segmento de sedãs médios ganhou os holofotes da indústria automobilística nacional. O modelo da Chevrolet r
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