Cinema

ESTRÉIA-“Viagem Maldita” deve agradar em cheio os fãs de terror

Um filme de horror intensamente explícito, que pode ser demais para o estômago do espectador médio, mas deve agradar em cheio aos fãs inveterados do gênero.

Quando foi lançado, no ano passado, “Alta Tensão”, a ode visceral do cineasta francês Alexandre Aja aos filmes de horror dos anos 1970, acertou em cheio no clima de pavor, mas terminou enfraquecido pelas gritantes falhas na trama.

Mesmo assim, o resultado causou boa impressão ao mestre do terror Wes Craven, tanto que ele contratou Aja para refazer seu clássico cult de baixo orçamento “Quadrilha dos Sádicos” (“The Hills Have Eyes”), de 1977. A história, tremendamente sangrenta, mostra uma família americana em férias que vira alvo de um clã de mutantes canibais.

Trabalhando com o roteiro de Wes Craven e um orçamento maior, Aja e o co-roteirista Gregory Levasseur acrescentaram à história boas doses de contexto histórico que incluem as consequências de testes nucleares. Eles mantiveram as performances dos atores razoavelmente naturais e acabaram por oferecer ao público uma coisa rara: um remake que consegue justificar sua existência e, ao mesmo tempo, conservar boa parte do espírito de seu predecessor.

O fruto de tudo isso é um filme de horror intensamente explícito, que pode ser demais para o estômago do espectador médio, mas deve agradar em cheio aos fãs inveterados do gênero.

O clima é criado desde o início com a sequência de créditos iniciais, que mostra imagens de arquivos de testes de bombas nucleares e uma dose generosa de amostras de mutações anatômicas humanas. E, a partir disso, tem início a viagem malfadada da família Carter.

A família parte em viagem para a Califórnia, puxando um trailer na esteira de seu carro. Ela é chefiada pelo investigador de polícia à beira da aposentadoria “Big Bob” (Ted Levine), sua esposa Ethel (Kathleen Quinlan) e seus três filhos adultos: Lynn (Vinessa Shaw), Brenda (Emilie de Ravin) e Bobby (Dan Byrd), além do pacifista marido de Lynn, Doug (Aaron Stanford), o bebê do casal e seus dois pastores alemães, Beauty e Beast (Bela e Fera).

Ela segue um desvio da estrada que a acaba levando para o meio do isolado deserto do Novo México (cujo “papel” é representado pelo isolado deserto marroquino).

A família se vê a quilômetros de distância de qualquer possível ajuda. Mas descobre que não está só: pelo contrário, invadiu a área ocupada por mutantes enlouquecidos, descendentes de mineiros que sofreram irradiação atômica em decorrência dos testes nucleares conduzidos nos anos 1940 e 1950. É desnecessário dizer que a família Carter está prestes a sofrer baixas tremendas.

“Viagem Maldita” compartilha alguns temas sociológicos com “Marcas da Violência”, de David Cronenberg. O filme tem mais conteúdo do que os trabalhos mais corriqueiros de horror, apesar de nunca desistir de tentar chocar mais e mais com as cenas de sangue grotescas e intermináveis.

Mas, depois do início repleto de suspense inquieto, a “hora da vingança” acaba se tornando um pouco repetitiva. Francamente, há um limite ao número de vezes em que o espectador consegue ver uma machadinha de aparência medieval penetrando um crânio de mutante. Cedo ou tarde, o que ele acabará por sentir é um certo tédio.

Mas, na maior parte do tempo, Aja e seu elenco de vítimas e vilões conseguem cumprir a missão de aterrorizar o espectador, assim como os efeitos especiais de Jamison Goei e a equipe técnica.


Fonte:Reuters/Uol

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