Uma doença conhecida por mal-do-recife ou murcha do recife (Ceratocystis fimbriata) está acabando de forma acelerada com as mangueiras da região do planalto da Borborema, principalmente na Serra do Bodopitá. A doença que começou em Recife, daí a origem do nome, vem se espalhando por todo o Brasil. Na região da Serra do Bodopitá, onde ficam inseridas as cidades de Fagundes, Ingá, Itatuba e Queimadas, a doença já causou grandes prejuizos para os agricultores e grande impacto ambiental.
"A cidade de Fagundes era considerada umas das maiores produtoras de manga espada da região, espécie mais vunerável ao ataque da doença, hoje restam menos de 20% dos pés de mangueiras nativos. A infecção das mangueiras podem acontecer de duas formas: pela copa e as raízes. Quando pela copa, a seca da planta inicia-se pelos galhos finos da parte externa, progredindo rapidamente em direção ao tronco, até atingi-lo, matando toda a planta. Os sintomas são amarelecimento, murcha e seca dos galhos, que geralmente têm início num ramo da extremidade da copa.
Essa doença tem trazido vários problemas para os donos de sítios, não só ambientais, mas principalmente economicos. Por exemplo, Josinaldo, filho de seu José Ferreira Alves, conhecido por Zé da Serra, que era um dos maiores vendedores de manga da região, antes vendia manga para várias fábricas de polpa de fruta em Campina Grande e até exportava para outros estados como o Rio de Janeiro e São Paulo, com esse comércio ele conseguiu criar toda a família, pois gerava emprego para diversas pessoas, hoje essas pessoas tiveram que procurar outras formas de trabalho, já que praticamente não existe mais manga", explica o ambientalista Aramy Fablicio.
O ambientalista Aramy Fablício alega que "os donos de sítios ver as mangueiras secando e acham que é devido a idade, mas na realidade é a doença que vem se espalhando pelas mangueiras. Em regiões como o Vale do São Francisco, vemos a EMBRAPA e outros orgãos preocupados com o problemas, mas em nossa região até agora não existe nenhuma assistencia técnica. Essa falta de orientação só tem causado problemas para os produtores, entre eles o desemprego. Será que não estar na hora dos governantes tormarem providências? A EMATER deveria orientar os agricultores como controlar essa praga, mas como atualmente eles estão preocupados mais com o controle da mosca negra, que ataca as produções de grandes produtores de laranja da regiçao do brejo paraibano, não dão a mínima para o problema das mangueiras nativas, onde quem mais se beneficiam são os pequenos agricultores e os animais".
"Se não houver uma atitude urgente por parte dos governantes para orientar os proprietarios de sítios onde ainda existem mangueiras, creio que em menos de dois anos não vai mais existir manguerias na região da serra do Bodopitá. A extinção das mangueiras causa não só problemas para os agricultores, mas também traz desequilibrio ecologico, pois muitos animais dependem dessas frutas da época como os saguins, insetos e diversas espécies de aves", alerta o ambientalista.
Para termos uma idéia da gravidade do problema, o agricultor Antônio Pedro da Silva, mas conhecido por seu Totô, tem uma propriedade de 4 hectáres de terra. Ele tinha nessa propriedade 82 pés de mangueiras, depois que as mangueiras começaram a ser atacadas pelo mal-do-recife há três anos, hoje só restam dois pés de manga, um de manga rosa e outro de manga espada que também já está infectado pelo fungo. "A manga espada é mais vunerável ao fungo mal-do-recife, enquanto a manga rosa e a bacurí e outras espécies são mais resistentes a doença", comenta Aramy.
Os agricultores da região de Fagundes combram uma solução urgente das autoridades competentes para resolver esse problema. Anida existe muita desinformação, pois muitos deles, acham que as mangeuiras estão secando devido a idade.
Mais informações atrvés do site www.aramyfablicio.org, e-mail: aramy.fablicio@gmail.com ou pelo telefone 83 9955-5534