São Paulo

Rolos de filme foram queimados em incêndio na Cinemateca

Fogo atingiu muitas matrizes num dos maiores acervos da América Latina

Rolos de filme foram queimados em incêndio na Cinemateca

Fogo um galpão mais isolado

O incêndio que atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (3) atingiu rolos de filme e fitas de vídeo, segundo o Corpo de Bombeiros. A Cinemateca é vinculada à Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.

O capitão Marcos de Mattos afirmou que apenas uma das quatro câmaras de 20 m2, de um galpão de 80 m2, pegou fogo. Ainda de acordo com os bombeiros, o fogo deve ter sido causado pelo nitrato de celulose, material que compõe os filmes antigos e altamente inflamável. A corporação foi acionada às 5h30 e 12 bombeiros participaram da ocorrência de combate ao fogo, que durou 30 minutos, e de rescaldo, que também durou 30 minutos.

Um bombeiro passou mal com a fumaça durante a operação e precisou de atendimento. Esse é o quarto incêndio registrado na Cinemateca, os outros três foram em 1957, 1969 e 1982.

O secretário executivo do Ministério da Cultura, João Brant, afirmou em sua página no Facebook que muitos filmes foram destruídos, mas que todos já tinham sido duplicados.

“Sobre o incêndio na Cinemateca: pegou fogo um galpão mais isolado, mas foram muitas matrizes destruídas. Ao que parece, todas já tinham sido duplicadas, o que garante que o conteúdo não se perca. Estamos em um trabalho de reestruturação da Cinemateca, ontem mesmo assinamos dois contratos que materializam essa retomada, e agora essa tragédia. O Secretario do audiovisual está a caminho de Sao Paulo, e a diretora da Cinemateca, Olga Futemma, está tb retornando de Brasília, onde estava para a sessao de “o menino e o mundo” com a presidenta. mais tarde damos mais noticias”, afirmou.

A Cinemateca Brasileira tem um dos maiores acervos da América Latina. São cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. Possui também um amplo acervo documental formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes.

Duas mostras são exibidas na Cinemateca neste início de fevereiro, uma sobre cinema brasileiro contemporâneo e outra de ícones dos anos 70. Um grupo de senhoras foi participar de um evento para a terceira idade, mas foi cancelado até a instituição avaliar os riscos do imóvel.

No dia 21 de dezembro de 2015, o Museu da Língua Portuguesa, que fica ao lado da Estação da Luz na região Central, foi atingido por um incêndio que destruiu boa parte da edificação e também provocou a morte do bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz, que trabalhava no museu como brigadista. O fogo começou no 1º andar do prédio, onde ficava a mostra “O tempo e eu”, sobre o historiador Câmara Cascudo.

Como a maior parte do acervo do museu era digital, o material não foi perdido e será reconstruído quando a reforma do edifício estiver pronta. Em janeiro deste ano, o Governador Geraldo Alckmin assinou um convênio com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, e com a organização social ID Brasil para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, ainda sem data prevista para ser concluída.

Histórico

O surgimento da Cinemateca Brasileira aconteceu em 1946 quando foi montado o Segundo Clube de Cinema de São Paulo. Isso porque em 1941 o Primeiro Clube de Cinema foi fechado durante a repressão da ditadura pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).

Em 1961, a Cinemateca Brasileira tornou-se fundação e isso permitiu estabelecer convênios com o poder público estadual. Mas só em 1979, a Cinemateca inaugurou um Centro de Operações que se dedicava aos trabalhos de documentação e pesquisa sobre cinema.

A Cinemateca tem a proposta de estimular a divulgação e o desenvolvimento da arte cinematográfica no Brasil. Além de desenvolver atividades em torno do acervo que inclui cerca de 200 mil rolos de filmes, um dos maiores da América Latina, a Cinemateca também possui uma grande quantidade de livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes.
 

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