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Infraero quer operar em aeroportos do exterior

Depois de perder o controle sobre os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília – e sob o risco de ver outros […]

Depois de perder o controle sobre os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília – e sob o risco de ver outros importantes terminais concedidos à iniciativa privada –, a Infraero vai ter que buscar novos nichos de mercado para sobreviver e poderá, inclusive, administrar mais aeroportos dentro e até fora do país, disse ao G1 o presidente da estatal, Gustavo do Vale.
 

“A quebra do monopólio [da Infraero] vai nos fazer ser mais criativos”, disse ele. “Vou ter que buscar mercado, e nós vamos atrás de mercado, seja aqui ou no exterior”, completou.

De acordo com Vale, o governo e a Infraero estão atentos ao crescimento da aviação regional no país. Para aumentar as receitas da estatal, afetadas pela perda do controle dos três aeroportos, a empresa poderá administrar novos aeroportos regionais – que atendem a cidades menores. Com o leilão dessa semana, o número de aeroportos administrados pela Infraero caiu de 66 para 63.

Outra saída discutida no governo é que a Infraero passe a exercer também a função de operador, gerenciando, por meio de convênio, aeroportos que hoje estão sob controle de estados e municípios, que não têm a mesma experiência da estatal no setor.

“Hoje só existe a Infraero concessionária, ou seja, todos os investimentos nos aeroportos, todas as receitas e despesas, são por conta da Infraero. Mas pode existir um modelo de operador aeroportuário, que é o que eu acho que vai acontecer no futuro”, disse.

Nesse modelo, a Infraero seria apenas contratada para administrar um determinado aeroporto. Eventuais prejuízos da operação seriam de responsabilidade do proprietário – estado ou município, no caso. Nas concessões, o concessionário assume o risco do prejuízo.

Segundo o presidente, para que a Infraero passe a exercer essas atividades é preciso apenas de uma “decisão estratégica”. Uma vez tomada, ela permitirá à empresa prestar serviços inclusive no exterior. Vale avalia que a Infraero teria facilidades, por exemplo, em realizar negócios em outros países da América Latina.


Além de atuar como operadora, Vale aponta ainda que a Infraero pode conseguir receitas com outras atividades, como oferta de serviços de manutenção de aeroportos e treinamento de funcionários.

“A Infraero tem expertise adquirido ao longo do tempo que ninguém [no Brasil] tem”, afirmou. Vale admitiu, porém, que não vai ser uma tarefa fácil de ser realizada, por conta da provável concorrência das empresas estrangeiras que participam dos consórcios que vão administrar os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília.

Nova Infraero 
De acordo com Vale, todas essas questões fazem parte da discussão que se trava dentro do governo sobre o papel da “nova Infraero” dentro do cenário aeroportuário brasileiro.

Essa decisão depende de outras ações, como a conclusão do plano de outorgas dos aeroportos brasileiros, produzido pela Secretaria de Aviação Civil, e que vai definir, entre outros pontos, as responsabilidades de União, estados e municípios no setor.

Para o presidente, o passo mais importante nesse processo será garantir que a Infraero tenha independência financeira, ou seja, receita própria.

“A pior coisa que pode acontecer é a Infraero ficar dependente de recursos orçamentários do governo. Aí nós estamos mortos”, disse. Definido o papel da Infraero, diz Vale, o próximo passo deve ser a abertura de capital.

Segundo o presidente, até o momento não há no governo decisão sobre concessão de novos aeroportos à iniciativa privada. Ele avalia que isso só deve acontecer após o governo chegar à conclusão sobre o novo formato da Infraero.

“Antes de discutir novas concessões, nós temos necessariamente que discutir qual é a nova Infraero. O acionista da Infraero, a União, vai ter que necessariamente dizer o que espera da empresa”, afirmou.

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