A possível campanha eleitoral da atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, sofreu uma nova reviravolta nesta semana. Cotada inicialmente para disputar vaga no Senado pelo Amapá, agora, Damares deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados – e pelo Distrito Federal.
A mudança faz parte de uma articulação pessoal do presidente Jair Bolsonaro para manter o partido Republicanos na base aliada do governo – e, consequentemente, na aliança eleitoral de sua campanha à reeleição.
Nesta quinta-feira (24), o Republicanos confirmou em redes sociais que a ministra Damares se filiará à legenda – mas não citou o cargo pretendido por ela nas eleições, e nem a unidade da Federação onde ela disputará.
O presidente da sigla e deputado federal Marcos Pereira (SP) também anunciou a filiação do atual ministro de Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas. Para ele, o anúncio foi completo: Tarcisio foi confirmado como pré-candidato ao governo de São Paulo.
Interlocutores do partido e do governo defendiam que Damares se filiasse ao Republicanos no DF com outro objetivo: o de disputar vaga no Senado.
Neste caso, no entanto, os planos de Damares poderiam se chocar com os de outra ministra: a chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, atual deputada pelo PL-DF.
Candidatura incerta
Como revelou o blog no início da semana, Damares Alves chegou a dizer que estava “sem motivação” para disputar eleições neste ano.
Como revelou o blog no início da semana, Damares chegou a dizer que estava sem motivação para disputar eleição.
Damares disse que, pelo coração dela, seguiria no governo. Para um ministro ser candidato, tem que se descompatibilizar do cargo até o início de abril.
“Eu ainda não me decidi. Mas, se quiser seguir meu coração, eu fico aqui [no governo]”, disse Damares. “Ainda vou ter uma conversa com o capitão”, completou a ministra, em referência ao presidente Jair Bolsonaro.
O blog já havia mostrado que, no Amapá, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) tinha conseguido fechar as portas dos principais partidos da base aliada para Damares. Bolsonaro tentava convencer a ministra a disputar o Senado pelo Amapá, justamente, na tentativa de derrotar o grupo de Alcolumbre no estado.
No momento atual, no entanto, o mais importante para Jair Bolsonaro é atrair o Republicanos de volta para a campanha de reeleição presidencial – a adesão de Tarcisio e Damares ao partido é um instrumento para que isso aconteça.