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Conselho de Segurança da ONU se reúne para debater situação na Ucrânia

Mais de 100 mil tropas russas estão mobilizadas na fronteira com o país. EUA e Reino Unido ameaçam Rússia com sanções.

Conselho de Segurança da ONU se reúne para debater situação na Ucrânia

Reunião do Conselho de Segurança da ONU de 2019, em que membros votaram resolução sobre a situação na Venezuela. — Foto:Seth Wenig/AP

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda-feira (31), a pedido dos Estados Unidos, para debater a situação na Ucrânia e a escalada de tensão com a Rússia.

Os EUA que ameaçam adotar sanções contra a Rússia (e ao próprio presidente do país, Vladimir Putin), tenta ao lado de seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dissuadir o país de invadir a Ucrânia.

“Mais de 100 mil tropas russas estão mobilizadas e a Rússia organiza outros atos de desestabilização contra Ucrânia, o que constitui uma ameaça à paz, à segurança internacional e à Carta da ONU”, afirma a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.

Espremida entre ameaças da Otan e da Rússia — e diante da ameaça de invasão —, a Ucrânia pediu no domingo (30) ao vizinho que retire suas tropas e mantenha o diálogo com os países ocidentais se “realmente” deseja reduzir a tensão.

Ameaça de sanções

EUA e Reino Unido ameaçam adotar novas sanções contra a Rússia.

Autoridades britânicas afirmam que terão como alvos diversos interesses econômicos russos, e nos EUA congressistas democratas e republicanos anunciaram que o Congresso está perto de alcançar um acordo sobre novas medidas a serem adotadas.

Entre as possíveis sanções estão o gasoduto estratégico Nord Stream 2, construído entre a Rússia e a Alemanha e até o acesso russo a transações em dólares, principal moeda do comércio internacional.

Exigências da Rússia

Diante das novas ameaças, a Rússia exigiu ser tratado em igualdade de condições. “Queremos relações boas, equitativas, de respeito mútuo, com os Estados Unidos e com todos os países do mundo”, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Lavrov afirmou que a Rússia, que é acusada de ter concentrado cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia para preparar um ataque, apenas “não quer permanecer em uma posição” na qual sua segurança “seja violada diariamente”.

O governo russo nega ter qualquer intenção de invadir o vizinho, mas exige que a Otan proíba a Ucrânia de entrar na aliança político-militar e que pare de fortalecer sua presença no leste europeu — exigências rejeitadas pelos EUA.

Comboio de veículos blindados russos em rodovia na Crimeia, região da Ucrânia que foi invadida e anexada pela Rússia em 2014, em foto de 18 de janeiro de 2022. Rússia concentra mais de 100 mil soldados, com tanques e outras armas pesadas, perto da fronteira com o país vizinho, no que países ocidentais temem que seja um prelúdio de uma nova invasão. — Foto: AP

Tentativa de diálogo

A subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, disse que há “sinais” de que a Rússia estaria interessada em um diálogo sobre a resposta dos Estados Unidos e da Otan e disse que o secretário de Estado, Antony Blinken, e Serguei Lavrov, “conversarão a respeito provavelmente esta semana”.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, Bob Menéndez, pediu ao governo Biden que apresente uma advertência à Rússia de que qualquer agressão à Ucrânia custará muito caro.

“Não podemos voltar a ter um novo momento Munique”, disse o senador à rede de televisão CNN, em referência ao acordo de 1938 da França, Itália e Reino Unido com a Alemanha de Adolf Hitler, no qual os nazistas assumiaram o controle de parte do território tcheco. “Putin não vai parar na Ucrânia”.

Mobilização do Ocidente

Em meio à escalada de tensões, vários países ocidentais anunciaram nos últimos dias o envio de soldados para o leste europeu, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve propor nesta semana o envio de mais tropas para responder ao aumento da “hostilidade russa”.

O anúncio foi cumprimentado pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

A ministra da Defesa canadense, Anita Anand, cujo país dá assistência militar à Ucrânia, chegou ao país no domingo (30) para uma visita de dois dias e anunciou que o governo canadense mobilizou tropas militares no oeste.

Nesta semana, viajarão a Kiev, a capital ucraniana, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, sua colega alemã, Annalena Baerbock, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki.

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