O casal Antônio e Fabrícia Ais, presos nessa quinta-feira (29), levava uma vida de luxo, alugando casas com diárias de até R$ 1,4 mil na Argentina. A revelação foi feita pelo advogado Artêmio Picanço, responsável por localizar e denunciar o paradeiro do casal à Polícia Federal brasileira.
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM, Picanço contou que iniciou o desafio de localizar o casal dono da Braiscompany estudando padrões e perfis de consumo que poderiam estar ligados à Antônio.
Segundo ele, como acompanhado pelo ClickPB, Antônio Ais é uma pessoas que gostava da boa vida e que não se privaria de utilizar redes sociais, já que havia uma necessidade pessoas de se mostrar. Para o advogado, esse foi um dos erros cometidos pelo dono da Braiscompany e que culminou na descoberta de sua localização.
“Comecei a analisar padrões e perfil. Trabalhei em órgãos de fiscalização, aprendi muita coisa. Sabia que ele gostava de uma vida boa e que iria errar. Ele é egocêntrico, ele voltaria a ter rede social porque ele gostava de se mostrar, sabia que ele gostava de coisas boas com dinheiro dos outros”, contou o advogado, como notado pelo ClickPB.
Já na Argentina, o advogado relatou que percorreu regiões de Buenos Aires, indo em academias, estabelecimento que Antônio costumava frequentar antes de fugir do Brasil. Em uma delas, Artêmio Picanço encontrou um personal trainer que cuidava de Antônio Neto. Além disso, o advogado também conseguiu achar casas onde o paraibano morou.
“Chegamos na região, fui nas academias, identifiquei um personal e no dia 24 de janeiro vi uma foto dele [Antônio] malhando. Ele chegou lá franzino, feito um chassi de grilo. Saiu de lá bombado. Ele estava vivendo em casas de luxo em várias regiões. Ele passou em Palermo, em Isidro, Escobar. Tenho fotos de uma das casas que ele residiu e a diária dela é R$ 1,4 mil. Tudo na região da Província de Buenos Aires. Triangulei informações e repassei para a Polícia Federal”, narrou o advogado, como visto pelo ClickPB.
Artêmio Picanço também contou que a Polícia Federal sempre contribuiu para que Antônio Ais e Fabrícia fossem localizados e presos. No entanto, a burocracia argentina travou as ações contra Antônio e Fabrícia.
A situação só mudou de rumo quando o advogado buscou ajuda no Congresso Nacional e no Ministério da Justiça. Eles intermediaram contato com instituições da Argentina.
“A Polícia Federal sempre contribuiu muito para dar certo. Só que a gente conseguia mandato judicial, enviava para a Interpol, que enviava para a Argentina e quando chegava lá parava. Então a única coisa que sobrou foi entregar um dossiê no Congresso Nacional, com ideia de chegar no Ministro da Justiça. Na sexta, tive uma reunião com o secretário do Ministro da Justiça. Culminou com a prisão dele [Antônio Ais]. A interlocução política quando aconteceu foi a gota d’água para a prisão desse cidadão”, finalizou Artêmio Picanço, como acompanhado pelo ClickPB.
Veja abaixo mais fotos de uma das casas que o casal Ais morou na Argentina:
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