O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB) mapeou todos os pontos de despejo de esgoto na orla de Manaíra, em João Pessoa, e suspeita que entre eles exista inclusive um prédio residencial, pelo volume de dejetos lançados ao mar. A informação dada com exclusividade ao ClickPB é do procurador da República na Paraíba, Antônio Edílio Magalhães Teixeira, responsável pelo procedimento que investiga as ligações clandestinas de esgoto que estão causando poluição ambiental na orla, comprometendo a balneabilidade das praias.
Uma publicação na edição desta segunda-feira (15) do Diário Eletrônico do MPF prorroga até 30 de junho de 2019 o prazo para a Prefeitura de João Pessoa e o Governo do Estado enviarem os relatórios finais sobre a situação dos esgotos lançados na orla por meio das galerias pluviais e sobre as medidas implementadas para acabar com a poluição nas praias de João Pessoa. Segundo o procurador, o adiamento se deu porque, com a aquisição de dois novos equipamentos, pela prefeitura (um insuflador de fumaça) e pelo governo estadual (JetScan), poderão ser localizados os pontos de origem das ligações de esgoto. Anteriormente, o prazo dado pelo MPF era até 31 de março, de acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta TAC n° 11/2018.
O insuflador de fumaça, que será utilizado para identificar as ligações clandestinas, foi licitado pela prefeitura, homologado, e o empenho vai ser feito até amanhã. Depois disso, a empresa tem 10 dias para entregar o equipamento. O JetScan, por sua vez, já está sendo utilizado pela Cagepa para fazer a leitura subterrânea. Ele serve para a identificar as ligações clandestinas e possíveis conexões subterrâneas de rede de esgoto e pluvial.
O mapeamento começou pelo bairro de Manaíra. “A saída já foi identificada. A Prefeitura formou uma equipe, Semam, Seinfra, junto com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), então eles já fizeram toda a farredura em Manaíra, eles já identificaram o derrame clandestino de esgoto. Agora, para identificar de ponde vem esse derrame clandestino, precisa-se do equipamento, para fazer o caminho contrário do esgoto”, disse. “Tem prédio inteiro que joga esgoto dentro da rede pluvial, prédio com 200 apartamentos jogando esgoto na praia”, disse o procurador Antônio Edílio. De acordo com ele, sabe-se, pelo volume de resíduos, que o esgoto vem desse prédio.
De acordo com a secretária de Infraestrutura de João Pessoa, Sachenka Bandeira, o condomínio suspeito de estar despejando esgoto na rede pluvial, conforme mencionou o procurador do MPF, seria o PortoViejo, localizado na Avenida Maria Rosa, uma das principais vias do bairro de Manaíra.