O relator da comissão de impeachment do prefeito Leto Viana, o vereador Jonas Pequeno, disse ao ClickPB que a comissão vai atender à determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mas temendo pela segurança das testemunhas e dos próprios vereadores.
O ministro determinou o afastamento do sigilo da oitiva das testemunhas no processo de pedido de impedimento do gestor preso e afastado do cargo pela Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal. O STF entendeu, assim como os reclamantes, que a sessão precisa ser aberta pois trata de assunto de interesse público.
Jonas Pequeno disse ao ClickPB que foram enviados pela Câmara ofícios à Guarda Municipal e à Polícia Militar para o reforço na segurança da Casa Legislativa durante as sessões de oitiva com as testemunhas do processo de pedido de impeachment. Segundo Jonas, não houve reforço, como solicitado.
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O ClickPB tentou contato com Guarda Municipal de Cabedelo e a 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) para saber se as instituições receberam os ofícios, mas as ligações não foram atendidas.
Ainda segundo o relator Jonas Pequeno, a comissão vai fazer as sessões com portas abertas a partir da próxima segunda-feira (24) e deve ouvir três testemunhas por sessão para adiantar o andamento dos trabalhos. Antes, apenas uma testemunha era ouvida por sessão.
O presidente do PSOL em Cabedelo, Marcos Patrício, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse ao ClickPB que recorreu ao STF após a Justiça na Paraíba negar o pedido de retirada do sigilo. Ainda segundo Marcos Patrício, é estranho a comissão precisar de tanto tempo para julgar o pedido de impeachment e fez comparação com a duração dos processos de impeachment de Dilma e de Collor, que foram menores do que o prazo usado em Cabedelo.
A Reclamação junto ao STF foi feita pelo PSOL e por mais cinco partidos, além de oito entidades de Cabedelo. Foi o PSOL em Cabedelo que entrou com o pedido de impeachment de Leto Viana, detido na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal. Essa operação investiga o gestor, a primeira dama e vereadora, Jacqueline Monteiro, além de outros vereadores e servidores municipais por corrupção envolvendo dinheiro público do município. O vice-prefeito Flávio de Oliveira também estava sendo investigado, mas morreu no mês de julho, vítima de infarto.
O Click não conseguiu falar com o presidente da comissão de impeachment, Evilásio Cavalcanti, sobre a decisão do STF e os trabalhos na Câmara.