
A família do bebê Davi Miguel Gama, de 1 ano, teve o visto de permanência concedido pelo Consulado dos Estados Unidos no Brasil na terça-feira (23). A criança, que precisa passar por um transplante de intestino realizado por médicos de um hospital em Miami, obteve na Justiça uma decisão que obriga a União a pagar os custos da cirurgia.
Segundo a advogada da família da criança Angélica Pires Martori, o Ministério da Saúde tem um prazo de 15 dias contados a partir da notificação para providenciar a viagem do menino aos EUA.
Davi Miguel está internado desde março deste ano no Hospital Samaritano, em São Paulo (SP).
Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde informou por telefone que já contratou uma empresa de táxi aéreo para fazer o translado do menino e da família para os EUA, mas que aguarda retorno do hospital em Miami sobre a data que o paciente pode dar entrada na instituição.
A pasta também confirmou que já realizou o depósito para o hospital.
Nesta quinta-feira (25), o pai de Davi Miguel, Jesimar Gama, contou que a família está animada e esperançosa com o sucesso do procedimento. “Estamos muito animados, porque esse tempo todo lutamos para isso. Então, ficamos muito felizes e esperando ansiosos para levar ele para lá”, disse.
O menino nascido em Franca (SP) sofre de um mal chamado de doença da inclusão das microvilosidades intestinais, conhecida com “diarreia intratável”. A alimentação é feita por meio de nutrição parenteral – com nutrientes e vitaminas introduzidos no organismo por cateter.
Desde que foi diagnosticado, Davi Miguel passou a ser acompanhado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Regional em Franca, e posteriormente, por decisão judicial, foi transferido para o Hospital Samaritano em São Paulo.
Sem condições de arcar com o tratamento oferecido no exterior, a família do bebê entrou com um processo na Justiça Federal para tentar fazer com que o governo brasileiro custeasse a cirurgia do menino. Os pais também deram início a uma campanha para arrecadar fundos para pagar o procedimento estimado em R$ 1,5 milhão.
Em maio deste ano, a Justiça Federal em Franca determinou que a União pagasse integralmente o transplante e o tratamento do bebê.
Um mês depois, uma nova decisão do mesmo tribunal determinou que a família também revertesse 70% do valor arrecadado em doações – cerca de R$ 1,5 milhão – para o tratamento da criança.
Com o visto expedido, a advogada da família acredita que a viagem possa ser marcada o quanto antes. “Nós conseguimos a permissão para viajar e agora dependemos do Ministério da Saúde tomar as próximas providências para a transferência do Davi”, disse.
Ainda segundo Angélica, a União já efetuou o depósito sobre o valor do tratamento ao hospital em Miami. Agora, o governo tem 15 dias, contados a partir da notificação, para providenciar as passagens de avião e a transferência da criança de São Paulo para a instituição nos EUA.
Até o final desta semana, a família também precisa depositar, em juízo, o valor referente às doações recebidas.
O pai de Davi Miguel diz que o filho está bem e pronto para seguir na luta contra a doença. “Da nossa parte, já está tudo pronto. O que tinha que fazer a gente já fez. E para ele ser transferido, o momento é ideal. Ele está bem, sem nenhum problema.”