O Laboratório de Nanobiotecnologia em Saúde (LNS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado no Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), em Campina Grande, vem cumprido seu papel social e acadêmico, desde que foi inaugurado em abril deste ano. Funcionando como um espaço de pesquisa e extensão para diversos alunos, em especial os estudantes do curso de Fisioterapia da instituição, o local realiza dezenas de atendimentos semanalmente.
Para ampliar o número de beneficiados e aprimorar os serviços será inaugurada, no próximo dia 22, uma extensão do LNS nas dependências do Serviço de Radioterapia do Centro de Cancerologia.
O laboratório surgiu por uma combinação de fatores e parcerias. A coordenadora do local, a professora do Departamento de Fisioterapia da UEPB, Railda Shelsea do Nascimento, desenvolveu à época do seu doutoramento uma série de contatos com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, a partir daí, submeteu um projeto ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanotecnologia para Marcadores Integrados (INCT-Inami) da instituição de ensino superior pernambucana.
Por meio desta parceria, o projeto foi contemplado e teve respaldo para adquirir uma câmera termográfica e estruturar o Laboratório de Nanobiotecnologia em Saúde, no Hospital da FAP.
Auxílio em diagnóstico – A câmara termográfica, equipamento único no Nordeste, representa uma importante aquisição para a UEPB e traz inúmeros benefícios para a população em geral. Outro exemplar só existe na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no Estado de São Paulo.
Segundo a professora Railda, a câmara termográfica faz diagnóstico auxiliar de várias patologias, inclusive de câncer de mama. “O aparelho não emite radiação, capta a radiação infravermelha do corpo humano e a transfere para um computador que reproduz uma imagem térmica da área a ser analisada. O produto das alterações térmicas e de análises comparativas é formalizado num laudo diagnóstico”, explicou a fisioterapeuta.
A profissional informou ainda que a Fisioterapia Oncofuncional é uma especialidade reconhecida nacionalmente. A área trabalha com complicações epidemiológicas do câncer, segundo acrescentou. O diagnóstico desses problemas é auxiliado por este exame e passível de ser tratado com Fisioterapia.
O Laboratório de Nanobiotecnologia tornou-se inter e multidisciplinar, agregando diferentes profissionais de várias instituições. “No LNS há fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e engenheiros, além de estudantes dessas áreas e de diversas instituições. Da UEPB, participam alunos de Fisioterapia. Temos parceria com UFPE, UFRPE, UFPB, UFCG e com o Instituto de Física de São Carlos, da USP, que é o responsável pelo desenvolvimento da câmara termográfica nacional”, afirmou Railda.
Pesquisa e extensão – O Laboratório é receptáculo tanto da pesquisa quanto da extensão. Ele possui três salas, uma para avaliação e aclimatação dos pacientes; outra onde se localiza a câmara termográfica e são feitos os exames, e uma última onde são atendidos os pacientes de pré e pós-operatório. “Trabalhamos com doenças malignas reabilitando as sequelas consequentes do tratamento clínico. O atendimento cinético-funcional é um projeto de extensão que atende a necessidades exclusivas do Departamento de Fisioterapia. No que diz respeito à pesquisa, há outros profissionais que se somam”, relatou Railda.
O grupo de pesquisa coordenado pela professora chama-se ‘Saúde, desenvolvimento de tecnologia e meio ambiente’, e dele participam alunos de Fisioterapia da UEPB e colaboram alunos e professores de outras áreas e instituições, além de contar com a reitora Marlene Alves, que também é professora de Fisioterapia. “O Laboratório trabalha com duas vertentes, uma que é a pesquisa e a outra que é a extensão. A pesquisa está diretamente vinculada à câmara termográfica e a extensão ao atendimento de pacientes oncológicos”, explicou.
Atendendo a comunidade – Ao ser contemplado com a câmara termográfica, o projeto da UEPB conseguiu um uso mais satisfatório sendo instalado no Hospital da FAP, no Bairro de Bodocongó. A instituição é referência no tratamento de câncer em Campina Grande, funciona como Hospital Escola e atende a uma comunidade de baixo poder aquisitivo. Além disso, é um hospital público de caráter filantrópico, que obtém recursos de diversos setores, como do Estado e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os recursos financeiros para aquisição da câmera termográfica foram obtidos através de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Isso possibilitou a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Nanomateriais para Marcadores Integrados (INCT/Inami), coordenado pelo professor Oscar Malta, da UFPE, e disponibilizou aproximadamente R$ 5 milhões a serem investidos ao longo de cinco anos nas áreas da saúde e meio ambiente na região Nordeste. No caso da UEPB, o montante foi destinado não só para aquisição do aparelho, mas também para investimento no atendimento, material hospitalar e pesquisa.
O Laboratório de Nanobiotecnologia em Saúde funciona de segunda a sexta-feira, pela manhã, e nas segundas e quartas-feiras, no período da tarde. Em média, são efetuados 10 atendimentos por turno. Assim, a Universidade Estadual da Paraíba reúne numa só proposta o conhecimento e a responsabilidade social.
Assessoria