Doença contagiosa

Zona Sul de JP concentra maior número de animais com esporotricose devido a condições de moradias e criação

Veterinária explica que bairros da Zona Sul têm mais casos porque há mais casas do que apartamentos nessa região e os donos deixam os animais mais livres.

Zona Sul de JP concentra maior número de animais com esporotricose devido a condições de moradias e criação

A castração para o controle populacional animal é um dos fatores importantes no combate à esporotricose — Foto:Reprodução

O bairro do Geisel, em João Pessoa, é a localidade que mais tem animais com esporotricose atendidos pelo Centro de Zoonoses da Capital. Mangabeira e Bancários também são dois locais que têm grande número de registros de gatos e cachorros contaminados pelo fungo ‘Sporothrix schenckii’. Segundo informações da Secretaria de Saúde, a dispersão da doença corre em todo o município de João Pessoa, comincidência maior verificada no bairro de Mangabeira VIII, Cidade Verde.

A veterinária Valéria Rocha Cavalcanti, do Centro de Zoonoses de João Pessoa, explicou ao ClickPB que esse alto índice de animais com a doença nesses bairros deve-se ao fato de que há mais casas do que apartamentos nessa região. 

Consequentemente, as pessoas tendem a criar mais animais do que as que moram em edifícios.

A especialista também apontou que nesses bairros os moradores deixam os bichos mais livres. Os gatos, por exemplo, que saem para passear e só voltam após longos períodos.

Ainda segundo a profissional, o fato de as pessoas com menor renda não terem condições de submeter os animais à castração faz com que, por exemplo, os gatos saiam mais vezes de casa, o que na área veterinária chamam de socializar, e com isso eles podem voltar contaminados pelo fungo, caso entrem em contato com algum ambiente contaminado ou sejam arranhados por animais hospedeiros do ‘Sporothrix schenckii’ durante a briga pela demarcação de território, típica dos gatos.

Por esse motivo, a castração para o controle populacional animal é um dos fatores importantes no combate à esporotricose, não somente para evitar maior número de animais abandonados e vulneráveis ao contágio, mas também porque o gato deixa de sair de casa para demarcar território e ter contato com as fêmeas e, assim, evita de ser contaminado.

Vale destacar que o fungo não surge nos gatos e cachorros: esses animais são vítimas de contaminação, assim como os seres humanos que manuseiem solo e vegetais contaminados, ou que sejam machucados por gatos ou cachorros por arranhadura ou mordedura, mesmo durante brincadeiras com os bichos.

A esporotricose   

De acordo com o Ministério da Saúde, a esporotricose é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais.

A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo na pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição e arranhadura ou mordedura de animais doentes.

Em humanos, pode se manifestar de forma cutânea, linfocutânea, extracutânea e esporotricose disseminada, que acontece quando a doença se espalha para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).

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