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10 filmes de super-heróis que moldaram o gênero

De adaptações coloridas e infantis a filmes brutais e adultos, personagens de quadrinhos tiveram uma longa trajetória no cinema, marcando época e definindo o gênero

10 filmes de super-heróis que moldaram o gênero

O Cavaleiro das Trevas foi o auge da DC Comics no cinema — Foto:Reprodução

Adaptações cinemáticas de histórias de super-heróis infestam as salas de cinema. Temos listas cada vez maiores de produções anunciadas, aguardadas e com data marcada até 2020 e adiante. Grandes estúdios correm atrás de direitos para adaptar heróis fantasiados com orçamentos faraônicos, para superproduções cheias de efeitos especiais e cenas de ação eletrizantes.

Com Christopher Reeves como Superman, Richard Donner mostrou que filmes de super-herói podiam funcionar.

Mas nem sempre foi assim. Apesar do primeiro Superman (1978) de Richard Donner marcar toda uma geração (e eu diria, mais de uma) mostrando em doses equilibradas o humor e o drama do Homem de Aço, seu orçamento substancial foi quase uma aposta – como muitos outros excelentes filmes da década de 70. As continuações foram decaindo e os filmes foram ficando mais e mais bobos (embora nenhum deles chegue nem perto de ser desprezível), mas a coisa só teve um novo fôlego quando Tim Burton fez Batman (1989)

Com a ambientação sombria e a atuação inesquecível de Keaton e Nicholson, Tim Burton mostrou que filmes de super-heróis podiam ser sombrios e intrigantes

Toda a luz e esperança do Superman deram lugar a uma influência gótica e sombria que marcaram uma geração inteira, não somente no cinema, mas nos quadrinhos. Naturalmente, com a saída de Burton e os filmes cada vez mais carnavalescos e bizarros, a coisa desandou novamente.

Então chegamos a X-Men (2000), de Bryan Singer. Na época, o diretor não era fã de quadrinhos, mas era difícil não reparar o apelo dramático que havia na luta dos mutantes por reconhecimento e aceitação. Lutar por aceitação por ser “diferente” é uma coisa com a qual todo mundo pode se identificar, especialmente fãs de quadrinhos. 

Com os X-Men de Bryan Singer, os estúdios viram que super-herói não era assunto só pros fãs

Se o Superman de Donner e o Batman de Burton eram fiéis as suas versões dos quadrinhos, com liberdades criativas, os X-Men de Singer seguiram numa rota totalmente diferente. Decidido a apresentar aqueles personagens icônicos (e imensamente populares nos anos 80 e 90) para um público que não os conhecia, Singer lançou fora os uniformes colantes e trouxe tanto atores jovens como as performances aclamadas pela crítica de Anna Paquin, Ian McKellen e Patrick Stewart. Deu certo: não somente estalou uma franquia que continua forte (apesar dos tropeços) em quase vinte anos, como inspirou a ideia de que filmes de super-heróis não precisam agradar somente os fãs dos quadrinhos – eles podem ser bons filmes por si só.

Em 2002, a Sony finalmente realizou o seu tão protelado Homem-Aranha, arriscando com o diretor Sam Raimi (de Xena e A Morte do Demônio), seguindo numa direção totalmente oposta dos X-Men de Singer: em vez de trajes pretos e drama sério, Homem-Aranha agradou o público que cresceu com o personagem e apresentou um herói clássico para as novas gerações pelo inimitável estilo de Raimi.

Com o Homem-Aranha de Sam Raimi, os estúdios viram que filmes de super-herói podem ser grandes sucessos de bilheteria

O espetáculo colorido, as acrobacias, a inocência e o coração do Homem-Aranha foram um sucesso de público – e bilheteria. Homem-Aranha atingiu 114 milhões de dólares num único fim-de-semana, marcando um recorde que não cairia por mais quatro anos à frente. Se Singer mostrou que filmes de super-heróis poderiam ter um apelo para o público “comum”, com suas jaquetas e aspecto severo, foi Homem-Aranha quem mostrou que o espetáculo com uniforme colado e codinomes espalhafatosos também funcionava – com o devido orçamento.

No entusiasmo das bilheterias de Homem-Aranha, alguns estúdios começaram a se sacudir pra lançar suas adaptações de histórias de super-heróis nos cinemas. Então vieram os fracassos de bilheteria e crítica Mulher-Gato (2004) e Elektra (2005), filmes de baixo orçamento, dirigido por diretores inexperientes, com histórias longe do material original – e que causaram um imenso dano aos fãs de quadrinhos. Diante do resultado ruim, os estúdios se acovardaram – e começaram a considerar filmes com heroínas femininas apostas que não valiam o investimento.

O fracasso de Mulher-Gato (2004) e Elektra (2005) assustou os estúdios e deixou um jejum de heroínas nas telonas que terminará este ano, com Mulher-Maravilha de Patty Jenkins

Mesmo hoje, em pleno 2017, filmes de super-heróis com protagonistas femininas são raros. A Marvel Studios terá 20 filmes com protagonistas homens antes do seu primeiro filme com uma heroína (Capitã Marvel, prevista para 2019). Com as adaptações bem-sucedidas de heroínas femininas em séries (Jessica Jones na Netflix, Supergirl na CW), e o vindouro filme da Mulher-Maravilha este ano, talvez a tendência mude e mais heroínas mulheres surjam para inspirar e maravilhar os fãs.

Batman Begins (2005), do notório Christopher Nolan, ofereceu um estudo de personagem do Batman de uma maneira inacreditavelmente verossímil, anulando de vez o desastre causado por Joel Schumacher nos anos 90. Batman foi revitalizado para audiências do mundo todo como um herói sóbrio, situado no mundo real e enfrentando ameaças bem reais – e o lado fantástico da película explorava a psique tanto do herói quanto de seus vilões. 

Christopher Nolan fez juz a longa trajetória de Batman nos quadrinhos, adaptando arcos aclamados e elevando os filmes de super-herói a novos patamares

A sua continuação de 2008, O Cavaleiro das Trevas, foi a epítome da DC Comics no cinema. Christopher Nolan tocou no tema do terrorismo, onde seu herói cada vez mais autoritário e instável enfrenta um vilão que ataca de formas cada vez piores ao ser combatido. O Cavaleiro das Trevas está para Batman como O Império Contra-Ataca está para Star Wars.

Homem de Ferro (2008), lançado no mesmo ano do magnum opus de Nolan, foi uma das maiores apostas da história do cinema – e uma daquelas que deu certo demais. Com os direitos de uso dos heróis favoritos da Marvel, Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico, vendidos pra outros estúdios, a Marvel Studios produziu o primeiro Homem de Ferro com Jon Favreau, estrelando um ator recém-saído da reabilitação Robert Downey Jr. sob a liderança do presidente Kevin Feige para criar o filme mais importante de suas carreiras.

A singela aparição de Samuel L. Jackson como Nick Fury no fim de Homem de Ferro desencadeou o sucesso inesperado do Universo Marvel Cinemático e a ideia de “universos compartilhados” no cinema

Assistido por ele mesmo, Homem de Ferro não é lá essas coisas de extraordinário. Claro, o design do traje é elegante e moderno, o protagonista é carismático e hilário, e a história é desenvolvida de forma satisfatória – mas a grande mudança ocorre quando Samuel L. Jackson aparece no pós-credito como Nick Fury. Os fãs entraram em polvorosa, mesmo sem fazer a menor ideia do que o MCU significava.

Vingadores (2012) é o grande clímax da sequência pós-créditos de Homem de Ferro. Nunca antes na história do cinema um estúdio conseguiu de forma bem-sucedida produzir uma série de filmes solo com diferentes protagonistas, todos no mesmo universo, levando a um grande evento que traria esses personagens juntos num mesmo filme.

Se a ideia sugerida em Homem de Ferro parecia ousada, Vingadores de Joss Whedon provou que a coisa funciona, num estrondoso sucesso que perdura até hoje

Vingadores não somente definiu como fazer filmes de super-heróis, mas influenciou toda a indústria do cinema sobre como levantar franquias – a palavra chave sendo “universo compartilhado”. Todos os estúdios de cinema estão ou buscando direitos de uso para adaptar heróis de quadrinhos, livros e games, ou revitalizando franquias para usar a imensamente divertida (e lucrativa) ideia de universos compartilhados.

Ao bater todos os recordes de bilheteria com um orçamento insignificante e um roteiro maluco, Deadpool provou que os estúdios podem apostar no público adulto

Deadpool (2015) foi o mais recente filme a sacudir a maneira como as coisas são feitas em filmes de super-heróis. Há um ano atrás, o filme do mercenário tagarela chegou aos cinemas depois de longos anos sendo desenvolvido (e semi-cancelado) graças a sua estrela, Ryan Reynolds, que fez o possível e o impossível pra garantir que a película fosse bem-sucedida. Com um orçamento minúsculo e um roteiro estrondorosamente hilário, Deadpool caçoou da “fadiga de filmes de heróis” enquanto introduzia uma abordagem totalmente nova ao gênero – com todas as suas meta-piadas, ultraviolência e bilheteria explosiva, Deadpool atiçou os estúdios pra possibilidade de filmes de super-heróis voltados para maiores.

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