
Ele ainda é o mesmo herói revoltado que fala com peixes, mas o diretor James Wan simplesmente começou a história do zero — Foto:Reprodução
O artigo abaixo contém spoilers!
Se você ainda não viu Aquaman, saiba que já está em cartaz nos cinemas da Paraíba — confira sessões.
Se Aquaman for seu primeiro filme do Universo DC, tá de boa. Aliás, se for seu primeiro filme de super-herói, tá melhor ainda.
Isso porque, mesmo com uma participação rápida em Batman v Superman: A Origem da Justiça, e como parte do elenco de Liga da Justiça, a aventura solo de Aquaman retrabalha o personagem do ponto mais básico e o faz crescer com um brilho próprio extraordinário.
Ele ainda é o mesmo herói revoltado que fala com peixes, mas o diretor James Wan simplesmente começou a história do zero.
O único momento em Aquaman que remotamente menciona os eventos de Liga da Justiça foi quando Mera (Amber Heard) fala sobre como Aquaman (Jason Momoa) ajudou a salvar o mundo de Steppenwolf. E pronto. Esta é a única referência aos eventos de Liga da Justiça.
Quando muito, Aquaman simplesmente deixa de lado tudo o que foi mostrado em Liga da Justiça.

Pra começar, Aquaman e Mera se conhecem em Liga da Justiça, mas em Aquaman, Arthur trata Mera como se tivesse acabado de conhecê-la. Ela até se apresenta dizendo o nome completo e até cita o título de princesa.
Em Aquaman, os atlantes conseguem conversar debaixo d’água. Em Liga da Justiça, Mera precisou criar uma bolha de ar no fundo do oceano para que o diálogo da cena ocorresse.
Em Aquaman, Arthur usa o tridente de sua mãe desde criança; o mesmo usado para treinar com Vulko (Willem Dafoe) durante a adolescência. Em Liga da Justiça, ele recebe o tridente de Mera.
Porém, a maior de todas as contradições é a maneira como Arthur se sente a respeito de sua mãe, a Rainha Atlanna (Nicole Kidman). Caso você precise de um lembrete, reveja a cena:
Nessa versão, Rainha Atlanna abandonou Arthur na porta do faroleiro e desapareceu, e por esse abandono ele a odeia. Em Aquaman, fica claro desde o início que Arthur viveu feliz com seus pais até ver sua mãe ser atacada por emissários de Atlântida, e decidir fugir para protegê-los.
Em Aquaman, faz sentido que Arthur não tenha o menor interesse em ser rei de um povo que o considera um bastardo mestiço de uma rainha executada por traição — mais sentido do que o Aquaman de Liga da Justiça, que não quer ser rei por odiar a própria mãe.
Enfim, dá pra continuar encontrando lacunas e diferenças, de um modo que o Aquaman de James Wan, mesmo reutilizando elenco do Universo DC, mesmo mencionando fatos já ocorridos em filmes anteriores, se mostra totalmente novo. Pra melhor.
Retcons discretos
Às vezes, quando um filme não funciona, em vez de fazer reboots ou dar explicações que só estiquem mais as inconsistências, mais vale ignorar as inconsistências e seguir em frente — foi o que o diretor Taika Waititi fez em Thor: Ragnarok, se livrando de contradições anteriores envolvendo Asgard com piadas rápidas (é só lembrar de como Hela desmente a Manopla do Infinito na Sala do Tesouro de Odin como uma “réplica fajuta”) e não se fala mais nisso.
Aquaman introduz muitas novidades ao Universo DC de forma extraordinariamente casual — oceano no fim do mundo?! — e mostra que é melhor quando a aventura está fluindo. Muda a cor dos olhos (de azul pra laranja), muda o traje. Muda pra melhor.
Contradições? São apenas águas passadas.

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