Ação penal

Indiciado, Eduardo Bolsonaro critica PF e diz que investigação mostra ‘conversas normais entre pai, filho e seus aliados’

Deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, e o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram indiciados pela Polícia Federal por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado.

eduardo bolsonaro

Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução/Redes sociais

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, se pronunciou após o indiciamento dele e do pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado, nesta quarta-feira (20).

Em sua conta pessoal na rede social X, o deputado disse que “é lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”.

No relatório, a PF aponta elementos de que o ex-presidente e o deputado buscaram atrapalhar o processo do golpe, em que Jair Bolsonaro é réu.

A PF também viu indícios de que os dois cometeram o crime de tentativa de abolição do Estado democrático de direito, uma vez que suas ações “buscam atingir diretamente instituições democráticas brasileiras, notadamente o Supremo Tribunal Federal e, até mesmo, o Congresso Nacional Brasileiro”.

Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato para morar nos Estados Unidos, onde atua junto ao governo Donald Trump para pressionar contra o processo da tentativa de golpe. Nesse contexto, Trump impôs um tarifaço de 50% a produtos brasileiros. Eduardo reassumiu o mandato em 21 de julho de 2025, mas não voltou para o Brasil.

No mesmo post em que comentou o indiciamento, o deputado federal falou que sua atuação nos Estados Unidos “jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil”.

“Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional”, afirmou.

 

Áudios de conversas com Jair Bolsonaro

Também nesta quarta, a PF fez buscas e apreensões contra o pastor Silas Malafaia, que aparece nas investigações sobre coação a autoridades. Ele retornou nesta quarta ao Brasil, vindo de Lisboa, e foi recebido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. No entanto, ele não foi indiciado.

No relatório, a PF informou que foram extraídos do celular de Jair Bolsonaro áudios e conversas com Malafaia e Eduardo Bolsonaro que haviam sido apagados.

Esses registros reforçam, segundo os investigadores, as tentativas de articulação para intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar os inquéritos que apuram a trama golpista.

“As mensagens demonstram que as sanções articuladas dolosamente pelos investigados foram direcionadas para coagir autoridades judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF)”, escreveu a PF.

“Com a finalidade de favorecer interesse próprio, qual a seja, impedir eventual condenação criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus, acusados pela prática dos crimes de organização Criminosa, Abolição Violenta ao Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, diz o documento da PF.

Mensagens

  • Malafaia com Jair Bolsonaro

Uma das mensagens elencadas no relatório de PF é de Malafaia para Jair Bolsonaro. Nela, o pastor dá sugestões de mensagens para Bolsonaro disparar nas redes.

“Conforme relatado, menos de uma hora após a ativação do novo celular, em 25/7/2025, às 11h09, o pastor Silas Lima Malafaia enviou mensagens a Jair Bolsonaro pedindo que o investigado ‘disparasse’ dois vídeos, com as instruções:

‘ATENÇÃO! Dispara esse vídeo às 12h’

‘Se você se sente participante desse vídeo, compartilhe. Não podemos nos calar!’ ”

  • Eduardo com Jair

das conversas recuperadas é do dia 7 de julho, quando Jair Bolsonaro ainda não usava tornozeleira eletrônica. Nesse mesmo dia, o presidente americano Donald Trump criticou em rede social o processo contra Bolsonaro.

Segundo a Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro enviou mensagens ao pai evidenciando que a real intenção dos investigados não era uma anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim interesses pessoais — no sentido de obter uma condição de impunidade de Jair Bolsonaro na ação penal em curso por tentativa de golpe de Estado.

Na mensagem recuperada pela PF, Eduardo afirmou:

“Se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos EUA terá sido o post do Trump. Eles não irão mais ajudar. (…) Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto.”

 

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