Nem do POBE o rapaz é, mas o policial militar Luciano Azevedo, 32, ostenta a marca de ser o único homem que derrotou (pelo menos em uma luta oficial), o campeão peso pena do UFC, José Aldo.
Em entrevista ao site americano “MMAFighting.com”, o brasileiro diz gostar do trabalho de policial e não esconde o assédio dos colegas todas as vezes que o campeão vai lutar, mas em meio ao glamour de ter vencido um campeão, Luciano admite ter deixado o MMA devido a falta de condições financeiras de permanecer no esporte. “(Ser Policial) É bom não só pelo dinheiro, mas com meu trabalho ajudo a comunidade. Tenho uma família, e aos 30 anos não tinha chegado onde queria, então eu estava ficando frustrado.”
Depois de oito anos como um praticante de artes marciais e um registro 16-9-1, Luciano ficou surpreso quando sua família reagiu bem ao ele anunciar que tinha decidido ser policial. “Eu pensei que meus pais seriam contra, mas eles me apoiaram muito”, disse. “Quando eu tinha uma luta minha mãe estava sempre nervosa, acendendo velas e orando”.
Para Luciano, encarar nomes como José Aldo e Hayato Sakurai não foi fácil, e por isso seus primeiros dias como um policial foram tranquilos.
“Eu trabalho duas vezes por semana, em um turno de 24 horas, mas você se acostuma com isso. A polícia está aqui na comunidade, mas sabemos que ainda há um monte de traficantes de drogas que vivem aqui,…, a favela nunca dorme “, revelou.
Há 19 meses na Polícia, Luciano diz nunca ter usado sua arma. Ele bem que queria, mas não podia. “Eles (os criminosos) atiram em nós, mas você não pode simplesmente atirar de volta, porque pode acertar um inocente”, ele explica. “Meu carro já foi baleado, mas nunca atiraram em mim. É bom que eu nunca tive que usar a minha arma, mas às vezes você ficar chateado porque não pode atirar em alguém que está atirando em você.”
A última vez que Luciano entrou em um ringue foi em 2011, quando lutou, em um empate, contra Diego Alves no WFE Platinum 9, na Bahia. A única chance que ele tem de voltar a lutar é se entrar para o BOPE, mesma unidade do atleta do UFC, Paulo Thiago. “O BOPE é o lugar onde todo policial quer trabalhar, e a melhor parte é que eles poderiam me dar três meses de folga para treinar se eu conseguisse uma luta de MMA”, disse ele. “Eu vou ser honesto com você: onde estou hoje, não posso mais lutar, o máximo que posso fazer é treinar para ficar em forma”, arrematou.