Erro médico

Justiça condena Estado a pagar indenização de R$ 150 mil por morte de bebê em maternidade, na Paraíba

A Justiça entendeu que, de acordo com as provas dos autos, diversas foram as falhas na conduta dos agentes públicos que acarretaram o óbito do bebê.

Tribunal de Justiça da Paraíba, condenação, prefeito de Gurinhém

Tribunal de Justiça da Paraíba (Foto: Reprodução)

A Quarta Câmara Especializada Cível do Tribunal de Justiça condenou o Estado da Paraíba a pagar R$ 150 mil, por danos morais, a uma mãe pela morte de um recém-nascido em um hospital da rede pública estadual. A decisão foi tomada no julgamento da Apelação Cível nº 0822552-50.2017.8.15.2001, originária do Juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital. Da decisão cabe recurso.

Conforme o Tribunal de Justiça, a mãe relata que em 11 de setembro de 2015, às 7 horas da manhã, em virtude de fortes dores, buscou internação para o parto de seu filho, no Hospital Edson Ramalho. Porém, não conseguiu vaga, sendo atendida na Maternidade Frei Damião, às 21h47, quando estava com dois centímetros de dilatação cervical. Somente às 03h25 da manhã, ela recebeu novo atendimento da equipe médica, quando estava com quatro centímetros de dilatação.

Sentindo fortes dores, ela solicitou parto cesáreo, mas não foi atendida. Na madrugada do dia 12/09/2015, o feto nasceu morto. Conforme a mãe, seu filho faleceu por falta de oxigênio devido à demora na realização do parto, por ter a equipe médica optado pela não realização do cesáreo.

“No caso dos autos, restou incontroverso o dano (morte do recém-nascido), bem como o nexo de causalidade. De acordo com as provas dos autos, diversas foram as falhas na conduta dos agentes públicos que acarretaram o óbito do bebê. Para além disso, sabe-se que o infante faleceu nas dependências do centro médico estadual, o que atrai, por si só, a responsabilidade do Estado”, frisou o relator do processo, juiz convocado Miguel de Britto Lyra Filho.

Segundo o magistrado, o fator morte poderia ter sido evitado, não fosse a negligência dos médicos que deveriam ter adotado todos os cuidados necessários para garantir a integridade e a saúde tanto da mãe quanto do seu bebe. “É evidente que houve falha na prestação dos serviços médicos pelo Hospital, pois a paciente apresentou vários sintomas durante o atendimento e o período em que permaneceu internada, o que recomendaria, inclusive, a realização de cesariana de urgência, principalmente a partir do momento em que o estado do infante se agravou”, destacou.

Conforme o relator, a Jurisprudência vem reconhecendo o direito à reparação dos danos morais em casos como o descrito no processo. “Considerando as particularidades do caso, bem como as dificuldades suportadas pela parte autora, mãe da criança, entendo que o valor de R$ 150.000,00 mostra-se suficiente para servir como resposta ou resgate do sentimento de dignidade do ofendido, bem como para incutir efeitos preventivos na pessoa responsável, aconselhando-a à prudência e diligência devida pelos seus agentes. Por outro lado, não dá margem a locupletamento indevido, tampouco é capaz de causar abalo significativo nos cofres do ofensor”, frisou o magistrado.

Com assessoria.

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