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Bancada Evangélica indica pastor Marco Feliciano para Ministério da Cidadania

Em reunião nesta terça-feira (27), líderes da bancada evangélica na Câmara indicaram o nome do polêmico deputado ao presidente eleito Jair Bolsonaro.

Deputado, Marco Feliciano, PGR

Deputado Marco Feliciano (Foto: reprodução)

O pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) está cotado para assumir o futuro novo Ministério da Cidadania no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a partir de 1º de janeiro de 2019. O nome do polêmico deputado foi indicado por integrantes da Bancada Evangélica na Câmara dos Deputados que se reuniram com Bolsonaro nesta terça-feira (27) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde está funcionando o gabinete de transição improvisado do futuro governo.

Publicamente, nenhum dos lados comenta o assunto, mas a jornalista Daniela Lima revelou nesta quarta-feira (28) que o nome de Marco Feliciano foi um dos três indicados pelas bancada e está cotado para assumir a futura pasta que vai reunir os atuais ministérios dos Direitos Humanos, da Cultura, dos Esportes, e do Desenvolvimento Social.

As indicações para o futuro Ministério da Cidadania ganham mais peso depois que a bancada evangélica provou sua força na semana passada quando Bolsonaro estava próximo de nomear Mozart Neves Ramos para o Ministério da Educação , mas viu o nome escolhido ser vetado pelos líderes evangélicos que acusaram o diretor do Instituto Ayrton Senna de ser contra o Projeto de Lei 7180/2014, popularmente conhecido como Escola sem Partido.

Deputado federal eleito por São Paulo desde 2010, Marco Antônio Feliciano é pastor da Catedral do Avivamento, uma igreja neopentecostal ligada à Assembleia de Deus. Durante os oito anos de atuação na Câmara dos Deputados , Feliciano já se envolveu em várias polêmicas sempre com declarações fortes contra o direito das minorias.

Até por isso, o momento mais marcante de sua atuação como parlamentar foi quando Marco Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara em 2013. Conhecido por ter dado declarações como “AIDS é o câncer gay” e “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato”, sua eleição para presidente da comissão causou grande revolta.

Curiosamente, quando Feliciano deixou o cargo para, segundo ele, “se dedicar à reeleição”, foi Bolsonaro quem se candidatou para ocupar seu lugar. Na votação, no entanto, o indicado do PT, Assis do Couto (PT-PR) foi eleito por 10 votos contra contra 8 de Jair Bolsonaro, na época, do PP-RJ, que afirmou que a votação demonstrava que a comissão estava dividida . “Perdi por um voto. Se tivesse um voto, teríamos empate que persistiria e como tenho mais legislatura ficaria com a presidência”, contabilizou.

Antes disso, o futuro presidente já tinha declarado que “se eu virar presidente da Comissão de Direitos Humanos, as pessoas vão sentir saudades do Feliciano”, antes de completar explicando que “porque, comigo na presidência, não vai adiantar pressão de grupos de defesa de homossexuais dentro da comissão”. A relação de Bolsonaro e Feliciano, portanto, já vem de longa data.

Independente da indicação de Marco Feliciano ou não, a expectativa é de que o presidente eleito Jair Bolsonaro nomeie mais um ou dois ministros nesta quarta-feira (28). Na véspera, na entrevista em que confirmou a nomeação de Tarcísio Gomes de Freitas para o Ministério da Infraestrutura no CCBB, em Brasília, Bolsonaro confirmou que está próximo de indicar o nome do próximo ministro da Agricultura.

No entanto, informações de bastidores revelam que o próximo ministro do Turismo também está quase 100% “pacificado” e deve ser, inclusive, o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) do mesmo partido de Bolsonaro.

A se confirmar, ele pode ser o 16º nome indicado por Bolsonaro, já que o presidente eleito também confirmou que o futuro presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deverá manter o status de ministro até que o projeto que prevê a autonomia do Banco Central seja aprovado no ano que vem.

Dessa forma, o futuro presidente já admitiu que não cumprirá a promessa de campanha de reduzir o número de ministério dos atuais 29, para “algo em torno de 15”. Ontem, Bolsonaro declarou que o número de pastas “não vai chegar a 20 não, tá? 20 [ministérios] no máximo ali”, disse ele antes de explicar que “a gente vai vendo, por uma questão de governabildiade até, que nós não podemos sobrecarregar demais uma pessoa num ministério, então refizemos alguma coisa e, no meu entender, [teremos] metade do que temos atualmente com toda a certeza”, resumiu.

Sendo assim, os nomes confirmados como futuros ministros por Bolsonaro, até agora, são:

Onyx Lorenzoni , para o Ministério da Casa Civil;  
Paulo Guedes , para o Ministério da Economia;  
Augusto Heleno , para o Gabinete de Segurança Institucional;  
Marcos Pontes , para o Ministério da Ciência e Tecnologia;  
Sérgio Moro , para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública;  
Tereza Cristina , para o Ministério da Agricultura;  
Fernando Azevedo e Silva , para o Ministério da Defesa;  
Ernesto Araújo , para o Ministério das Relações Exteriores; 
Roberto Campos Neto , para o Banco Central;
Wagner Rosário , para a Controladoria-Geral da União;  
Luiz Henrique Mandetta , para o Ministério da Saúde;  
Gustavo Bebianno , para a Secretaria-Geral da Presidência da República;  
Ricardo Vélez Rodríguez , para o Ministério da Educação;  
Carlos Alberto Santos Cruz , para a Secretaria de Governo; e 
Tarcísio Gomes de Freitas , para o Ministério da Infraestrutura. 

Bolsonaro também anunciou o nome do advogado André Luis de Almeida Mendonça  como chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República , mas ainda não definiu se a pasta terá status de ministério. Dessa forma, Marco Feliciano poderá integrar o alto escalão do governo que compõe a equipe ministerial do futuro governo.

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