Dom Aldo declarou em entrevista que sua saída do cargo aconteceu por considerar que era a melhor opção — Foto:Divulgação
Após o anúncio de sua renúncia, o arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto afirmou que os padres com acusações de pedofilia que acolheu eram “padres em crise procurando um lugar para recomeçar a vida”. O religioso considera que errou por “excesso de misericórdia”.
Ao todo, foram seis os padres acolhidos por Dom Aldo investigados por envolvimento com crimes de pedofilia. Apesar de confirmar o acolhimento, Dom Aldo também afirma que não se omitiu e levou os casos ao Ministério Público e ao Vaticano. De acordo com ele, na época em que acolheu estes homens, não sabia das acusações. “Confesso meu excesso de misericórdia porque dei uma chance a pessoas que eu não conhecia bem”, afirmou o arcebispo emérito.
Três destes padres foram apontados como culpados e afastados de suas funções na Igreja Católica. Outros dois ainda estão com o processo em andamento e apenas um foi inocentado das acusações.
Em sua carta de renúncia, Dom Aldo se refere aos crimes de pedofilia como graves defecções contrárias aos valores da Igreja. “Acolhi padres e seminaristas, no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros, alguns egressos, posteriormente suspeitos de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado ministério. Cometi erros por confiar demais, numa ingênua misericórdia”, afirma o religioso em carta.
Dom Aldo declarou em entrevista que sua saída do cargo aconteceu por considerar que era a melhor opção. “Se estou fazendo as pessoas sofrerem, como acham, é melhor aceitar a renúncia”, esclareceu. Ele ainda falou que “pelo bem de todos, eu acreditei que o melhor fosse a minha retirada”.
A entrevista foi concedida ao jornal Folha de São Paulo. Apesar das constantes solicitações e ligações, a assessoria de imprensa da Arquidiocese informa que Dom Aldo não está concedendo entrevistas a veículos de comunicação local.
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