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Petrobras tomou tombos no passado e voltou, diz Mourão

Ao final do pregão de segunda (22), as ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras fecharam em queda de 21,5%, indo a R$ 21,45.

Petrobras tomou tombos no passado e voltou, diz Mourão

O derretimento foi resultado da perda de confiança de investidores com a substituição, decidida pelo Palácio do Planalto, do presidente da empresa. — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — Um dia depois de a Petrobras registrar perdas de mais de 20% em suas ações por conta da interferência do governo Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão minimizou a queda de valor de mercado da empresa.

“Nos últimos 26 anos a Petrobras tomou oito tombos, e [ela] volta. ‘Easy go, easy come’ [fácil vai, fácil vem]. É isso o que vai acontecer, basta ficar muito claro que a troca do presidente [da Petrobras] não significa a troca na política de preços que é praticada”, declarou o vice, ao chegar em seu gabinete nesta terça-feira (23).

Ao final do pregão de segunda (22), as ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras fecharam em queda de 21,5%, indo a R$ 21,45. As ordinárias (com direito a voto) despencaram 20,47%, fechando em R$ 21,55.

O derretimento foi resultado da perda de confiança de investidores com a substituição, decidida pelo Palácio do Planalto, do presidente da empresa. Bolsonaro determinou a troca de Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa que estava na direção de Itaipu Binacional.

O presidente decidiu pela substituição em meio à forte pressão dos caminhoneiros, categoria próxima ao bolsonarismo que está descontente com os recorrentes reajustes no preço dos combustíveis.

Em outra frente, Bolsonaro prometeu zerar por dois meses os tributos federais sobre o óleo diesel.

Pouco depois de anunciar a troca no comando da Petrobras, Bolsonaro afirmou ainda que pretende “meter o dedo na energia elétrica”.

A intervenção na estatal e as promessas de novas medidas em setores estratégicos minaram os principais indicadores financeiros do Brasil, que sofreram forte deterioração na segunda.

Foram afetados Bolsa, câmbio, risco-país, juros futuros, e houve revisão generalizada nas avaliações de bancos, casas de investimento e agências de classificação de risco em relação à Petrobras e outras estatais.

Para se ter uma ideia da agitação que tomou conta do mercado, o volume de negociações das ações da Petrobras no dia ficou em R$ 10,8 bilhões, um recorde. “O volume médio diário, normalmente, é próximo de R$ 1,8 bilhão”, diz Motta.

Na Bolsa de Nova York, as ADRs (certificados de ações negociados nos Estados Unidos) da Petrobras recuaram 21%, a US$ 7,94 cada.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu 4,86%, a 112.667,70 pontos, menor patamar desde 3 de dezembro.

Não é a primeira vez que Mourão comenta a troca na Petrobras, anunciada por Bolsonaro na sexta-feira (19). A efetivação da decisão precisa ser chancelada ainda pelo conselho de administração da empresa.

Na segunda (22), o vice argumentou que a troca no comando da petroleira não é uma intervenção de Bolsonaro.

Ele também defendeu a criação de um fundo cujos recursos seriam utilizados para amortecer aumentos nos preços dos combustíveis.

“Não, pô, está dentro da atribuição do presidente. O mandato do Roberto terminava dia 20 de março, poderia ser renovado ou não, a decisão é não renovar”, afirmou Mourão.
“É uma questão de confiança na pessoa que está lá, pelo que o presidente colocou”, afirmou, complementando que, em sua opinião, talvez tenha havido “uma falta de comunicação do Roberto com o presidente”.

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