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Antes de estreia no UFC, brasileira relembra passado: “Era secretária, não podia chegar com olho roxo”

Neste sábado, Norma Dumont encara Megan Anderson no card principal do UFC Norfolk e se considera preparada para o debute: "Não sinto a sensação de novata".

Antes de estreia no UFC, brasileira relembra passado: "Era secretária, não podia chegar com olho roxo"

Quando subir no óctógono do UFC Norfolk, no estado da Virginia, nos Estados Unidos, sábado, a brasileira Norma Dumont estará completando uma jornada que começou há 15 anos. A mineira, que fará sua estreia no Ultimate contra Megan Anderson no card principal, teve que escolher entre uma carreira no mundo corporativo ou o caminho das lutas. Venceu a paixão pela competição e pelo octógono.

– Sempre gostei desde criança. Em 2005, eu tinha 14 anos, comecei no jiu-jítsu. Sempre fui do esporte, jogava bola, vôlei. Eu parei para trabalhar, porque precisava, mas permaneci malhando, corria na rua. Aos 19 anos voltei a treinar. Comecei no sandá (boxe chinês). Vi o treino e pensei: “Que doido! Quero fazer esse negócio”. Aquilo foi um prato cheio. Não parei, meu descanso é uma vez por semana desde então (risos). (…) Eu trabalhava como secretária na Vale do Rio Doce. Nos primeiros dias que eu comecei a treinar, o professor disse que eu levava jeito.

– Sempre fui competidora, comecei a pegar gosto, o que me atrapalhou no serviço por conta das lesões. Era torção de tornozelo, olho inchado…. o que para uma secretária não era bom. Segurei um ano e meio, mas não conseguia largar a luta. Meu gerente falou: “Você tem que escolher, não está dando, não pode chegar com o olho roxo”. Eu não conseguia calçar mais salto por causa das torções e permaneci na luta – declarou ao Combate.com.

Norma Dumont encara logo em sua estreia Megan Anderson, atleta com quatro lutas no UFC na bagagem e que vem embalada por expressiva vitória sobre Zarah Fairn dos Santos, por finalização, no primeiro round. Ainda assim, a mineira, de 29 anos, prefere contemporizar a sua diferença de experiência para a rival e valorizou as quatro lutas profissionais que já disputou e venceu na carreira.

– Ela (Megan Anderson) joga muito um direto e o joelho de esquerda. São os golpes que mais usa. Não são golpes tão contundentes. Ela é uma adversária difícil por ser muito grande, envergadura grande, membros compridos. Ela não é uma atleta tão forte e nem tão potente. Baseamos nosso jogo em cima disso. (…) Apesar de eu ter pouca experiência no MMA, digamos assim, eu não fiz cartel. Lutei nos maiores eventos do Brasil contra adversárias duríssimas. Minha última adversária tinha mais de 20 lutas. Não sinto a sensação de novata. Me sinto bem, confiante, em casa. Sei que elas são mais experientes, mas não vejo como superiores, o que me deixa bem tranquila para a luta.

Na entrevista, Norma procurou mostrar confiança em sua primeira experiência no UFC, mas também fez questão de manifestar as dificuldades que mulheres brasileiras enfrentam para seguir no MMA. Para a lutadora, o país tem potencial para ter ainda mais representantes de alto nível no Ultimate.

– Além da falta de apoio, existe o assédio muito grande em cima das mulheres dentro das academias, principalmente, se for bonita. Às vezes, a mulher desiste, porque não consegue ser levada a sério, respeitada, se desenvolver lá dentro, porque o assédio é grande. Já vi acontecer em várias academias. É triste. A gente perde, porque no UFC, todas as brasileiras, da melhor a pior, são duríssimas, aguerridas. O Brasil é um berço gigantesco que é pouco aproveitado.

Fonte: combate.com

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