Douglas D’Silva alcançou o maior feito de sua carreira no MMA: venceu o ex-campeão do peso-galo, Renan Barão, por pontos, sábado, no UFC São Paulo, realizado no Ginásio do Ibirapuera. O paraense, apesar da felicidade pelo resultado, se mostrou chateado por afundar o compatriota, que não vence desde 2016 e deve ser demitido pela organização.
Em entrevista na sala de imprensa do ginásio, D’Silva explicou o misto de sentimentos conflitantes, afinal, tem Renan Barão como uma referência.
– Foi uma grande satisfação, um privilégio, lutar contra o Barão. É um cara que sempre admirei muito. Toda vez que ele ia lutar, eu ficava ligado no Canal Combate. Ele deixou o legado de um grande campeão e continua sendo um guerreiro. Além de levar nossa bandeira, foi um de vários que estão nessa lista que me impulsionaram a treinar, a lutar. Poder lutar com ele foi sem palavras. Em relação à fase dele, eu ficava pensativo: “O guerreiro está em uma maré, mas vai levantar”. Logo depois veio essa chamada (para enfrentá-lo). Então, vamos lá. É profissionalismo. Eu o admiro para caramba. Confesso que preferia enfrentar um gringo, outra pessoa, nada de brasileiro. Ele então, é um detalhe a mais, por admirá-lo muito.
Com cinco derrotas seguidas – incluindo o revés para o estreante Andre Ewell – Renan Barão tem um retrospecto inimaginável para quem já venceu atletas como Urijah Faber e Michael McDonald. Perguntado sobre tamanha queda de rendimento do potiguar, Douglas D’Silva até se esforça, mas não consegue explicar.
– Não sei bem o que houve, são coisas pessoais, não sei o dia a dia dele. Não sei se tem problema familiar, só desejo que possa se reencontrar. Na nossa caminhada tem essas marés, altos e baixos, lesão, coisas pessoais, vários fatores. Desejo que se reerga , pois foi um grande campeão.
Após realizar sua preparação para o UFC São Paulo na Usina de Campeões, equipe liderada por Pedro Rizzo, Douglas D’Silva espera treinar outras vezes no time e rasga elogios ao veterano.
– Consegui uma base de estrutura, me achei mais na academia que estou, e com isso já volto a preparação o mais rápido, para aceitar alguma luta quando o Ultimate chamar. Estou pronto para isso. Contra quem botar, vamos para a guerra. O Pedro Rizzo é uma lenda viva, da época de cair para dentro no pelo. Eu me identifiquei muito com ele, até na vida pessoal, fora do treino. É um pessoal excelente. Fiz uma boa amizade com o Raoni Barcelos, vou ajudá-lo no camp da luta dele para a Coreia do Sul. É um grande time, uma energia surpreendente.
Fonte: Combate.com