A notícia pegou todos de surpresa na última sexta-feira: Gilbert “Durinho” Burns estava fora do UFC 251 do próximo sábado por ter testado positivo para Covid-19. O lutador brasileiro disputaria o cinturão do peso-meio-médio contra o campeão Kamaru Usman, mas foi retirado da luta e substituído pelo americano Jorge Masvidal.
Em entrevista exclusiva ao podcast Mundo da Luta, que vai ao ar na noite de terça-feira, Durinho revelou que na sexta-feira anterior à viagem para Las Vegas, havia sentido sintomas de febre, mas que um exame na segunda-feira havia dado resultado negativo. Por isso, seguiu para Vegas na quinta-feira, onde passou por testes ordenados pelo UFC.
– Quando eu acordei de manhã (na sexta passada), tinha várias ligações no meu telefone, e só ligação importante: Sean Shelby (matchmaker do UFC), o Hunter, que é o advogado do UFC, o Ali (Abdelaziz, seu empresário)… Falei, “Aconteceu alguma coisa”. Liguei de volta para o Hunter. Ele (disse), “Ô, aconteceu uma coisa que não é muito boa. Você foi testado positivo, você e o Vagner Rocha”. Eu fiquei bolado na hora, pensei “Putz, que m***”… Ele disse, “A gente vai fazer outro teste em você só pra ter certeza, mas eu te falo o que a gente vai fazer depois desse teste. Fica trancado no seu quarto, ninguém entra nem sai, que se der positivo, aí a gente decide se você sai, mas às vezes pode dar um negativo ainda”. Eu já fiquei cabreiro pra caramba. Foram no quarto, fizeram outro teste, demorou umas quatro horas, e eu já estava com um pouquinho de dor de cabeça, mas quando liberou o problema, aí foi mais psicológico mesmo, começou a dor de cabeça, a tosse, a ficar mal pra caramba (risos) – contou Durinho.
O segundo exame teve resultado positivo novamente, e aí Durinho foi oficialmente descartado. Os dirigentes chegaram a cogitar remarcar a luta para o UFC 252, em 15 de agosto, mas não havia como garantir que o brasileiro estaria já em condições de lutar, e logo surgiu o nome de Jorge Masvidal como substituto.
A notícia foi dura. Demorou para superar, mas Durinho vê um lado positivo na sua saída da luta.
– Estou feliz, estou tranquilo. Aconteceu o que tinha que acontecer. Se eu entro naquele avião, ia estragar o evento inteiro. É o que está na minha cabeça. Imagina, eu entro no avião, ferro o avião, a Fight Island… (…) Todo mundo falou que meu corpo estava num estresse muito grande. Eu fiz três camps de treinamento, duas lutas, uma de cinco rounds, em quarentena, uma monte de coisa. Minha família está sofrendo muito com isso, a Bruna, as crianças, a gente não teve nenhum momento de férias, nem podia, porque estava tudo fechado. O que posso controlar é descansar e fortalecer minha família, estar com a Bruna e com as crianças, e daqui a pouco a gente está de volta.
Fonte: Combate.com