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Uriah Hall lembra momento especial com Spider e admite: “Não me preparei para isso”

Fã declarado de Anderson Silva, peso-médio jamaicano considera o brasileiro o maior lutador de todos os tempos, e o compara o seu estilo a um balé: "Seu legado é a graciosidade".

Uriah Hall lembra momento especial com Spider e admite: "Não me preparei para isso"

O último rival de Anderson Silva no UFC será, provavelmente, o seu maior fã. O jamaicano Uriah Hall, que fará com o brasileiro a luta principal do UFC no próximo sábado, não esconde a admiração e o fascínio pelo Spider. Em entrevista ao Combate, o lutador admitiu que não se preparou para enfrentar um dos seus maiores ídolos.

– É muito estranho, porque este foi o cara que eu imitei muito e com quem aprendi muito. Claro que você sempre quer se testar contra a pessoa que o inspirou ou que você admira. Mas todos estão no seu ouvido dizendo: “Acabe com ele!” São tantas emoções acontecendo, e eu não vou mentir, não me preparei para isso. Você olha para ele e pensa: “O que está acontecendo?” Estou honrado em dividir o octógono com Anderson Silva. Essa é a luta da vida, é um momento ainda mais admirável.

Hall, que ficou conhecido como o “Homem Ambulância”, por mandar todos os seus adversários do TUF 17 para o hospital até a final, quando foi vencido por Kelvin Gastelum, revelou um momento que teve com Anderson Silva no UFC 168, quando enfrentaria Chris Leben, e o brasileiro faria a revanche contra Chris Weidman pelo cinturão dos pesos-médios.

– Não consigo definir exatamente o que é, mas teve um momento comigo e com Anderson anos atrás, quando ele perdeu para Chris Weidman pela segunda vez. E eu lembro que estava lutando contra Chris Leben e estávamos nos bastidores, e acho que fomos nos pesar. E ele apenas me deu uma olhada e me disse para acreditar em mim mesmo. E foi um momento especial para mim, porque ele viu o que eu estava passando e me fez um gesto para seguir adiante. E foi uma loucura, porque naquela época eu o respeitava muito e tinha medo de me aproximar dele, mas foi um momento muito admirável. Nunca vou esquecer que me senti como uma criança. É simplesmente uma grande honra. Eu ainda estou processando. As pessoas se perguntam: “O que vai acontecer? Anderson Silva é muito velho…” Eu sinto que estou exatamente onde eu precisava estar. Me preparei, mantive minha cabeça calma. Tudo pode acontecer lá dentro. Essa é a beleza do MMA. É por isso que adoro esse esporte. Mas é um momento muito honroso.

Perguntado sobre qual seria o legado de Anderson Silva, Uriah Hall disse que a graciosidade do brasileiro ao lutar simboliza a sua grandeza no MMA e é o que ele deixará para as gerações futuras.

– Acho que o legado de Anderson será a graciosidade. Eu o vejo como um patinador artístico ou uma bailarina. Amo assistir a patinação artística porque é muito autêntica e engenhosa. Anderson no seu auge estava fora da curva. E o jeito que ele lutou sempre vai simbolizar essa grandeza. Isso está intocado. É quase como um Michael Jordan no seu auge. Eu o considero um dos maiores de todos os tempos. É como se você olhasse para Michael Jordan. Ele é um dos melhores de todos os tempos. Eu não vi ninguém chegar ao nível de Michael Jordan, mas há outros grandes nomes, como LeBron James. Ele está definitivamente no meu top 5 de todos os tempos, sendo o número um em minha mente por causa do nosso estilo. Mas ele é definitivamente um dos melhores. Você não pode mencionar as palavras “lenda” ou a expressão “maior de todos os tempos” sem falar em Anderson Silva.

Vítima de Covid-19 recentemente, Hall falou sobre a doença, e disse que ela não o afetou muito. Houve até um lado positivo, segundo ele.

– A Covid não me afetou muito. Eu pensei que tinha afetado, mas não aconteceu. Eu vejo tudo de uma forma positiva. O lado bom da Covid é fazer você não andar por aí com um monte de gente que você não precisava. Eu fui para o isolamento, mudei para uma academia e aprendi a depender mais de mim. Fui seletivo com as pessoas que trouxe ao meu redor para treinar.

Voltando a falar do Spider, o jamaicano elegeu o comportamento do brasileiro como artista marcial como o que ele mais admira em Anderson Silva.

– Eu conheço Anderson de assistir às suas lutas anteriores, e até mesmo como ele treina e como está pensando. E uma das coisas que admirei nele é a maneira como ele se comporta como artista marcial por dentro e por fora. Acho que ele não sente pressão. Ele se livrou disso. Ele conseguiu tanta coisa em um determinado momento, trouxe um novo nível de talento que exigia que todos melhorassem também. Ele foi o primeiro que eu imaginei e vi como um personagem de videogame, e que fez tantas coisas incríveis. E o jeito que ele fez foi especial. Era quase como assistir a uma bailarina graciosa dançando. Então, acho que ele se livrou de qualquer pressão. Ele não precisa disso. Se tem algo que aprendi com o Anderson é deixar as coisas fluírem, porque quando você está lá para fazer essas coisas, tem que ser assim. Anderson é como a água. Levei anos para entender esse conceito de ser como água. Você tem que se deixar fluir.

Perguntado como irá para a luta, Hall disse querer ser a melhor versão de si mesmo, e acredita que eles irão se desapegar de todo o mundo externo quando estiverem no octógono, ignorando tudo que não sejam um e outro.

– Eu quero ser o melhor Uriah. Há um plano de luta, há trabalho de estrutura. Mas eu acho que nós dois vamos estar naquele momento para nos expressar e desapegarmos completamente. E é por isso que ele faz todas as coisas que fez, porque ele está se expressando. Eu o vi responder aos seus córneres. Porque eles estavam perguntando o que ele estava fazendo. Ele está se divertindo. E é assim que deve ser. Estou tentando não perder isso, porque é assim que eu sou. Eu viajo. E quando você viaja, não pensa nos placares. Você não pensa nas pessoas que estão assistindo. Você não pensa nos juízes. É você naquele momento. Anderson provavelmente vai chegar lá um pouco mais rápido agora, porque não tem mais nada a provar. Mas, ao mesmo tempo, ele vai aparecer para lutar, porque no fim das contas é uma luta.

Analisando as declarações do brasileiro sobre a luta, dizendo que já fez tudo o que deveria fazer no UFC, Hall acredita que não será subestimado. E respeita o amor que vê

– Anderson conquistou muitas coisas. Não estou dizendo que ele está me subestimando como lutador, mas ele está apenas dizendo que já fez o suficiente. E eu amo meu trabalho. Adoro treinar. Ele tem 45 anos, e é difícil dizer que acabou, porque você dedica sua vida inteira a isso. Ele continua treinando porque ama. E é difícil manter essa paixão nessa idade. Eu não quero me machucar ou machucá-lo, mas ele é muito apaixonado pelo que faz. Você tem que respeitar isso. E é por isso que o admiro tanto. E é por isso que todas essas emoções estão acontecendo.

– Luta é luta. Você nunca sabe o que vai acontecer. Não o estou subestimando. Ele é forte, é fluido e ainda é um lutador. Tenho que acreditar nas minhas habilidades e no que posso fazer. E ele também tem que acreditar nisso. Estou pronto para enfrentar o maior. Não sei o que vai acontecer, e não posso pensar muito no futuro, porque não tenho controle sobre isso. Mas estaremos lá e vou ver e sentir aonde isso me leva.

Fonte: Combate.com

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